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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Cinco da manhã, hey!

 

Felizmente, nem todas as novas cantoras pop medem o nível de popularidade pela quantidade de partes do corpo que conseguem mostrar de uma só vez - língua incluída. Algumas, como Katy B, limitam-se a propor boas canções, imediatas mas não necessariamente tontas e, no caso, com um apreciável equilíbrio entre euforia e melancolia.

 

"5 AM" é mais um belo exemplo da relação saudável que a britânica tem mantido com a música de dança, depois da estreia de "On a Mission" (2011) e do mais recente "Danger EP" (2012). O tema antecipa "Little Red", álbum a editar em 2014, e também está muito bem a abrir caminho para o fim de semana. O videoclip, com festa (agridoce) até de madrugada, segue-lhe os passos:

 

Cansei de ser hype

 

O que é que as Cansei de Ser Sexy têm? Em 2013, pouco, dirão aqueles que olham para as brasileiras como uma gracinha esgotada num disco - o primeiro, homónimo, cuja versão internacional deu que falar em 2006. Mas quem as viu na noite desta terça-feira no TMN ao Vivo, em Lisboa, terá uma opinião diferente. Nem é preciso ter aderido a "Planta", (o aconselhável) quarto álbum e motivo do regresso aos palcos, para aceitar o convite para uma festa que Lovefoxxx e a sua turma montam como poucas. Já tinha sido assim na passagem anterior pela sala do Cais do Sodré, há dois anos, e se desta vez o público não respondeu em peso (antes pelo contrário), fez valer a máxima "poucos mas bons" - e ninguém parece ter dado esta quase hora e meia por perdida.

 

Ao contrário de outros concertos de boa memória, não houve balões nem confetti. O adereço mais vistoso resumiu-se a uma capa preta da vocalista, algures entre a indumentária de Madonna no videoclip de "Frozen" (o longo cabelo esvoaçante facilita a comparação) e os descontos de uma loja dos chineses. O fogo de vista de muitos espectáculos pop foi, aliás, dispensável quando o gozo da banda em estar ali era tão óbvio e teve ligação directa nas canções. E não há assim tantos catálogos de (boas) canções pegajosas como o das CSS, sejam as incontornáveis "Alala", "Music is My Hot Hot Sex" ou "Let's Make Love and Listen Death From Above", obviamente relembradas com a euforia expectável, sejam as não tão populares mas igualmente efervescentes "City Grrrl" ou "I Love You", dois dos pontos mais enérgicos, e por fim as recentes adições de "Planta". O novo disco teve mais protagonismo do que se esperaria num alinhamento a recusar o formato best of ou, na prática, a evitar concentrar-se no registo de estreia. Tanto melhor para "Honey", "Girlfriend" ou "Teenage Tiger Cat", que sem deitarem a sala abaixo foram bem acolhidas e mostraram que há razões para continuarmos a ouvir as meninas (em palco acompanhadas por um baterista).

 

Lovefoxxx, mais uma vez a mestre de cerimónias, mantém aquele ar quase infantil de quem não está nem aí, embora nunca consiga deixar de ser afável. Nem o facto de estar enjoada do jantar - culpa de um bacalhau com batatas "e muito azeite" - a impediu de se atirar ao público num crowdsurf perto do final, que acabaria por chegar no encore com "I've Seen You Drunk Girl" (mais Salt-N-Pepa do que Ke$ha), a dar dez a zero à versão gravada, e a muito pedida "Superafim", momento "show da Xuxa" e tesourinho repescado especialmente para os fãs portugueses. "Vê se me esquece, eu cansei"? Com concertos assim o sentimento nunca será recíproco, Lovefoxxx...

 

 

Foto @Rita Sousa Vieira/SAPO On The Hop