Era um dos concertos mais promissores da temporada, por levar a palco um dos bons álbuns do ano. Mas "Hopelessness", de ANOHNI, não teve grande sorte na passagem para o formato ao vivo. Ou talvez tenha tido em parte, já que há quem tenha gostado (muito, até) do espectáculo... para mim é que não resultou mesmo, como escrevo neste artigo do SAPO MAG.
Mas nesta altura já nem Tatiana Maslany, habitualmente impecável na pele uma mão cheia de personagens, consegue disfarçar que esta história anda em círculos desde há muito, e o facto de ela ser tão boa só acentua o quão maus podem ser alguns actores secundários e as figuras que encarnam - os vilões desta temporada, então, são do mais preguiçoso e cabotino, ao nível de algumas reviravoltas de telenovela dos últimos episódios.
Ao contrário de temporadas anteriores, até a actriz principal começa a revelar algum cansaço, com a personagem de Krystal, estereótipo da loura burra elevado até à quinta casa, a mostrar-se um tremendo tiro ao lado - e a trazer ainda mais viragens de tom a uma história com dificuldades em manter a agilidade de outros tempos. E o pior é que clones como este roubam espaço aos que valem mesmo a pena, como Helena, que continua a ter as melhores tiradas (e das poucas em que o humor não parece forçado) mas foi completamente desaproveitada ultimamente.
Por isso, depois de uma quarta temporada que não conseguiu resolver os problemas da terceira, mesmo com alguns bons ingredientes pelo meio (além de Maslany, Felix e Mrs. S. vão garantindo alguma solidez dramática), será melhor dizer adeus em vez de voltar a desejar rápidas melhoras. Até porque ninguém tem muitas saudades de "Sangue Fresco"; pois não?