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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

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Dia 20 de Novembro, os islandeses Sigur Rós regressam a palcos portugueses (Coliseu de Lisboa) para apresentar o seu novo álbum de originais, "Takk", o sucessor dos muito aclamados "Von" (1997), "Ágætis Byrjun" (1999) e "()" (2002). Entretanto, o grupo contém no seu site algumas canções, desde material já editado ou inédito, disponíveis para audição ou download. A música da banda não tem muito a ver com estes dias de Verão, mas não faz mal...

A SURPRESA NÃO MORA AQUI

O cinema norte-americano não tem conseguido apresentar, nos últimos anos, nada de muito interessante dentro do género do terror, limitando-se a produzir dispensáveis adaptações de filmes orientais ou a repetir fórmulas mais do que estafadas.

"A Chave" (The Skeleton Key), que combina elementos de terror, fantástico e thriller, é uma dessas propostas recentes que, embora até tenha um ponto de partida curioso, acaba por não convencer.

Caroline, uma jovem enfermeira do sul dos EUA, vai trabalhar para uma velha mansão nos arredores de Nova Orleães, ajudando uma idosa a cuidar do seu marido, que está praticamente imobilizado e sem muitas faculdades.
Contudo, aos poucos a protagonista apercebe-se que a casa esconde alguns mistérios e inicia uma série de investigações na tentativa e os resolver, deparando-se com revelações que envolvem ligações entre a mansão e o hoodoo (um ritual próximo do voodoo), e para encontrar mais respostas recorre a uma chave que abre quase todas as portas da sua residência temporária.

Apesar de ser mais um filme sobre mansões assombradas, "A Chave" possui a espaços uma intrigante vibração devido às atmosferas de traços southern gothic, que parecem sugerir que a película percorrerá territórios estimulantes e surpreendentes.
Contudo, isso não chega a acontecer, pois o filme limita-se a seguir uma previsível rotina e não proporciona muitos momentos capazes de tirar o fôlego ao espectador.

"A Chave" contém um bom elenco - com Kate Hudson, Gena Rowlands, Peter Sarsgaard ou John Hurt -, uma fotografia apropriada, um ritmo escorreito e um competente trabalho de realização.
No entanto, apesar desses bons condimentos, o filme não vai a lado nenhum, pois não possui um argumento especialmente cativante e chega a tornar-se ridículo nos momentos finais (com um twist que surpreende mas não pelos melhores motivos).

Ian Softley é um cineasta ecléctico - a sua filmografia inclui "Hackers", obra de culto com uma jovem Angelina Jolie; uma indistinta adaptação de "Wings of the Dove", de Henry James; ou "K-Pax", aposta na ficção científica - mas não muito criativo, e aqui oferece um filme que, mesmo não ofendendo ninguém, dificilmente se diferencia de tantos outros exemplos do género.

"A Chave" não chega a bater no fundo, mas é das obras mais insípidas de 2005, uma experiência cinematográfica formatada que facilmente se dilui da mente do espectador poucos minutos após o seu visionamento. Podia ser pior, é certo, mas alguém precisa de mais um filme descartável?

E O VEREDICTO É: 1,5/5 - DISPENSÁVEL