NÃO HÁ DOIS SEM TRÊS
Tal como em "2 Duo" ou "Un Couple Parfait", Nobuhiro Suwa apresenta em "M/other", de 1999, um drama intimista alicerçado no relacionamento de um casal, mas a variação deste filme é que a repentina presença de uma criança irá alterar a dinâmica do par protagonista.
Ao fim daquele que parece mais um banal dia de trabalho, Aki surprende-se ao ver que o seu companheiro, Tetsuro, chega a casa acompanhado pelo filho, Shun, revelando-lhe que este terá de passar cerca de um mês com eles devido a um acidente da sua ex-mulher. Se inicialmente Aki recebe esta novidade com alguma amargura, uma vez que não foi consultada acerca dessa decisão, a situação complica-se ainda mais através de um considerável acréscimo das suas tarefas domésticas, fruto da chegada da criança.
Ao fim daquele que parece mais um banal dia de trabalho, Aki surprende-se ao ver que o seu companheiro, Tetsuro, chega a casa acompanhado pelo filho, Shun, revelando-lhe que este terá de passar cerca de um mês com eles devido a um acidente da sua ex-mulher. Se inicialmente Aki recebe esta novidade com alguma amargura, uma vez que não foi consultada acerca dessa decisão, a situação complica-se ainda mais através de um considerável acréscimo das suas tarefas domésticas, fruto da chegada da criança.
"M/other" fornece um retrato das tensões e contrariedades deste casal que, apesar de não apostar à partida num compromisso sério, vê-se repentinamente transformado numa família, levando a que Aki reconsidere a natureza da sua relação e também aquilo que pretende da sua vida. Sentindo-se por vezes como uma estranha na sua própria casa e revoltando-se com a inércia de Tetsuro, envolve-se numa espiral de emoções conflituosas tentando superar uma situação inesperada que não domina.
Suwa deixa os actores praticamente entregues a si próprios, uma vez que o filme não tem propriamente um argumento e antes pede que estes recorram ao improviso, o que dá a "M/other" uma conseguida atmosfera realista, pois o elenco consegue tornar a acção plausível. Makiko Watanabe, que interpreta Aki, oferece o melhor desempenho, conciliando serenidade, apreensão e entrega e proporcionando alguns momentos de intensa carga dramática.
"M/other" é um filme promissor e intrigante, mas que peca pelo excesso de duração, já que ao longo das suas duas horas e meia Suwa nem sempre é capaz de manter o interesse, perdendo-se em sequências supérfluas e demasiado longas.
O recurso a planos fixos é a espaços saturante, impondo à película uma rigidez formal que por vezes gera distância.
O resultado é um drama familiar sensível e sóbrio, com uma boa história, mas que infelizmente não é contada da forma mais entusiasmante, tornando mediano um filme que poderia atingir um nível superior.
Suwa deixa os actores praticamente entregues a si próprios, uma vez que o filme não tem propriamente um argumento e antes pede que estes recorram ao improviso, o que dá a "M/other" uma conseguida atmosfera realista, pois o elenco consegue tornar a acção plausível. Makiko Watanabe, que interpreta Aki, oferece o melhor desempenho, conciliando serenidade, apreensão e entrega e proporcionando alguns momentos de intensa carga dramática.
"M/other" é um filme promissor e intrigante, mas que peca pelo excesso de duração, já que ao longo das suas duas horas e meia Suwa nem sempre é capaz de manter o interesse, perdendo-se em sequências supérfluas e demasiado longas.
O recurso a planos fixos é a espaços saturante, impondo à película uma rigidez formal que por vezes gera distância.
O resultado é um drama familiar sensível e sóbrio, com uma boa história, mas que infelizmente não é contada da forma mais entusiasmante, tornando mediano um filme que poderia atingir um nível superior.
E O VEREDICTO É: 2,5/5 - RAZOÁVEL