UM FIM TEM UM PRINCÍPIO TEM UM FIM
"An End Has a Start" é um título que traduz bem a atmosfera presente no segundo álbum dos Editors, já que a banda vinca, em quase todas as canções do disco, a inevitabilidade de um fim, seja da vida ou do amor, e se isso leva a algumas doses de considerável fatalismo este é por vezes contornado quando se inverte a perspectiva e se enaltece o que de bom pode ocorrer antes desse fim chegar, propiciando ocasionais laivos de esperança.
Nada muito distante do sentimento que já contaminava "The Back Room", portanto, e se as letras continuam a investir num misto de desespero e resignação a sonoridade mantém as linhas (pós)pós-punk, sendo poucas as alterações face ao registo de estreia. Se esse já não era um disco especialmente original, uma vez que reciclava influências de inícios de 80, "An End Has a Start" ainda o é menos, enveredando por um seguro jogo de mais do mesmo que não impede, contudo, que nos Editors se reconheça uma banda capaz de construir boas canções.
Já o haviam demonstrado e agora sedimentam essa impressão, oferecendo temas de onde sobressai um evidente sentido de urgência, não só pelas guitarras incisivas envoltas em atmosferas densas (onde o piano adquire agora maior protagonismo) mas também pelo peso dramático dado às palavras, expressas com convicção e intensidade por Tom Smith, um notável vocalista.
Ao contrário de outros grupos da sua geração - caso dos Kaiser Chiefs, The Killers ou The Bravery -, os Editors não desiludem ao segundo álbum, embora fosse legítimo esperar um pouco mais deles tendo em conta o potencial que "The Back Room" continha.
Não há por aqui momentos à altura do brilhantismo de "Munich" ou "Camera", mas temas como a faixa-título ou "Bones" funcionam ainda como portentos de energia para pistas de dança nebulosas q.b. sem deixarem de conter densidade emocional. A primeira metade do disco está, de resto, acima da média, na segunda é que a composição tropeça e cai, a espaços, em domínios mais acomodados.
Não sendo o grande álbum que se acreditava que a banda pudesse criar, "An End Has a Start" mantém-na como um dos valores seguros do rock actual que melhor transita entre tons épicos e intimistas, expondo paralelismos com os habitualmente comparados Interpol ou mesmo David Fonseca (aqui mais pelo registo vocal).
E só pela sensibilidade desarmante com que Tom Smith canta "Every little piece in your life /Will mean something to someone", em "The Weight Of The World"; "Bones, starved of flesh /Surround your aching heart /Full of love", em "Bones"; ou "How can you know what things are worth /If your hands won't move to do a day's work?" em "When Anger Shows", percebe-se que este não é um grupo qualquer. Espera-se, por isso, que o seu fim não chegue tão cedo.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
Nada muito distante do sentimento que já contaminava "The Back Room", portanto, e se as letras continuam a investir num misto de desespero e resignação a sonoridade mantém as linhas (pós)pós-punk, sendo poucas as alterações face ao registo de estreia. Se esse já não era um disco especialmente original, uma vez que reciclava influências de inícios de 80, "An End Has a Start" ainda o é menos, enveredando por um seguro jogo de mais do mesmo que não impede, contudo, que nos Editors se reconheça uma banda capaz de construir boas canções.
Já o haviam demonstrado e agora sedimentam essa impressão, oferecendo temas de onde sobressai um evidente sentido de urgência, não só pelas guitarras incisivas envoltas em atmosferas densas (onde o piano adquire agora maior protagonismo) mas também pelo peso dramático dado às palavras, expressas com convicção e intensidade por Tom Smith, um notável vocalista.
Ao contrário de outros grupos da sua geração - caso dos Kaiser Chiefs, The Killers ou The Bravery -, os Editors não desiludem ao segundo álbum, embora fosse legítimo esperar um pouco mais deles tendo em conta o potencial que "The Back Room" continha.
Não há por aqui momentos à altura do brilhantismo de "Munich" ou "Camera", mas temas como a faixa-título ou "Bones" funcionam ainda como portentos de energia para pistas de dança nebulosas q.b. sem deixarem de conter densidade emocional. A primeira metade do disco está, de resto, acima da média, na segunda é que a composição tropeça e cai, a espaços, em domínios mais acomodados.
Não sendo o grande álbum que se acreditava que a banda pudesse criar, "An End Has a Start" mantém-na como um dos valores seguros do rock actual que melhor transita entre tons épicos e intimistas, expondo paralelismos com os habitualmente comparados Interpol ou mesmo David Fonseca (aqui mais pelo registo vocal).
E só pela sensibilidade desarmante com que Tom Smith canta "Every little piece in your life /Will mean something to someone", em "The Weight Of The World"; "Bones, starved of flesh /Surround your aching heart /Full of love", em "Bones"; ou "How can you know what things are worth /If your hands won't move to do a day's work?" em "When Anger Shows", percebe-se que este não é um grupo qualquer. Espera-se, por isso, que o seu fim não chegue tão cedo.
E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM
Editors - "Smokers Outside the Hospital Doors"