Na noite desta sexta-feira, Lisboa tem, pelo menos, duas propostas promissoras no palco e no grande ecrã. Infelizmente não poderei ver nenhuma, mas para quem estiver pela capital ficam as sugestões.
E este ainda tem a particularidade de ser filmado, já que o espectáculo surge integrado nos Club Docs, documentários sobre artistas nacionais que serão exibidos este ano na RTP2 (sábado é a vez dos também recomendáveis X-Wife).
No cinema, merece referência o arranque do Queer Lisboa 13, Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa. "Morrer como um Homem", o novo filme de João Pedro Rodrigues ("O Fantasma", "Odete") é o título da sessão de abertura (às 22h no Cinema São Jorge).
Tal como nas edições anteriores, o festival conta com curtas e longas-metragens, da ficção ao documentário, assim como com uma selecção de videoclips temáticos.
E este ano inaugura uma nova secção onde recupera alguns filmes marcantes - como "The Living End", de Gregg Araki (realizador do memorável "Mysterious Skin").
Ainda na sétima arte, chegaram esta semana às salas dois filmes a reter: o muitíssimo elogiado "Estado de Guerra", de Kathryn Bigelow (que tem no currículo o excelente "Estranhos Prazeres") e o menos aplaudido "Taking Woodstock", de Ang Lee (cujas sessões incluem a curta-metragem "Arena", de João Salaviza, premiada em Cannes).
E voltando à música... Mais a norte, no Porto, há Clubbing na Casa da Música com concertos de Ebony Bones e The Rakes. E se ainda for a tempo deles, pode ser que venha aqui contar como correram...
Como já deverão ter reparado, nos últimos dias este blog não tem sido pródigo em actualizações e o cenário não deverá mudar muito nas próximas duas semanas - a culpa é das eleições legislativas, que têm tomado grande parte do meu tempo.
Mas em inícios de Outubro, se tudo correr bem, o ritmo deverá voltar ao normal. Entretanto fica uma sugestão em cartaz, o recém-estreado "Abraços Desfeitos", de Pedro Almodóvar - sucessor do belíssimo "Voltar" e do mais negro mas também muito bom "Má Educação".
Ver um filme de Claire Denis no circuito comercial português não é propriamente habitual e, só por isso, a estreia de "35 Shots de Rum" já mereceria destaque.
Mas além deste elemento atípico, a nova obra de uma das cineastas francesas mais aclamadas das últimas décadas talvez tenha outros motivos de interesse.
Estudo de personagens que tem como eixo o relacionamento entre um pai e uma filha, olhando também para a ex-namorada do primeiro e um amigo da segunda, este drama de travo realista pode conter uma das boas histórias a descobrir a partir de hoje no grande ecrã - algo que não se espera tanto da maioria das restantes estreias da semana, cuja receita light não desperta grande curiosidade.
Há quatro anos, a primeira longa-metragem do australiano Greg McLean, "Wolf Creek", supreendeu meio mundo (e assustou outro) num dos filmes de terror mais memoráveis desta década.
Essa boa reputação (Tarantino, por exemplo, foi um dos fãs) talvez explique o facto do seu novo filme, "Rogue", ter agora honras de abertura na terceira edição do MOTELx - esta noite às 21h30, na sala 1 do Cinema São Jorge.
O Festival de Cinema de Terror de Lisboa mantém-se na Avenida da Liberdade até dia 6 e, além de vários títulos inéditos em Portugal, propõe uma sessão-concerto com Legendary Tiger Man e Rita Redshoes (quinta-feira às 21h45 na sala 3), apresentações de uma fanzine e de um videojogo ou as masterclasses de Stuart Gordon (sábado às 19h15 na sala 2) ou John Landis (domingo às 19h15 na sala 2), ambas de entrada livre.
Os horários e programação completa podem ser vistos no site oficial, e para recordar alguns destaques da edição do ano passado basta clicar aqui.