Enfim, só (pela segunda vez)
Paulo Praça em entrevista sobre o seu novo disco
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Paulo Praça em entrevista sobre o seu novo disco
Ferzan Özpetek, realizador turco radicado em Itália, assinou há três anos "Saturno Contro", um belo drama que, infelizmente, não chegou a salas nacionais (exceptuando uma passagem pelo Queer Lisboa 2008).
"Uma Família Moderna", o seu novo filme, teve melhor sorte e pode agora ser visto por mais espectadores... mesmo que não mostre um resultado final tão inspirado.
Se em "Saturno Contro" a comédia era um tempero ocasional e oportuno, aqui domina grande parte da narrativa e nem sempre a serve bem, com alguns momentos de humor pouco apurado ou simplesmente despropositado.
E é essa irregularidade que, a espaços, torna anedóticas muitas situações (e personagens) deste retrato de uma família abastada do interior italiano.
Há alguns bons gags, mas não surgem acompanhados por uma carga dramática à altura da que a premissa encorajava - o filme segue as reacções à revelação da homossexualidade do filho mais velho e em particular a do seu irmão, que também é gay e preparava-se para o anunciar.
"Uma Família Moderna" consegue elevar-se, ainda assim, acima de uma simpática mediania, muito por culpa de um elenco cuja química salta do ecrã e torna-se facilmente contagiante. Riccardo Scamarcio, em especial, reforça a boa impressão já deixada em "O Meu Irmão é Filho Único" ou "Paraíso a Oeste" e dá ao seu Tommaso, o protagonista, uma densidade e presença que mereciam estar num grande filme. Özpetek já fez pelo menos um, por isso talvez retribua com este empenho no próximo.