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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Um jogo a meio gás

 

O melhor de "Moneyball - Jogada de Risco" é também, muito provavelmente, o que faz dele um dos filmes mais falados do momento: Brad Pitt. Já tinha sido assim, aliás, com "Capote", a obra anterior de Bennett Miller, carregada às costas pelo desempenho de Philip Seymour Hoffman. Se aí o realizador norte-americano tentava - e por vezes conseguia - fugir aos lugares comuns do biopic, desta vez aposta em contrariar os clichés dos filmes desportivos, partindo da história verídica de um manager de uma pequena equipa de basebol.

 

Reduzir "Moneyball - Jogada de Risco" a um filme sobre basebol seria injusto, não só porque a estratégia implementada pelo protagonista poderia aplicar-se a outros desportos (e não só), mas porque Miller se esforça por não limitar o protagonista à sua profissão. A tentativa é bem sucedida, já que o realizador encontrou em Brad Pitt um actor capaz de dar densidade, espontaneidade e humor a uma personagem de corpo inteiro, embora não chegue para salvar o filme.

 

Os secundários nunca vão além da caricatura - o que é pena quando Jonah Hill, um dos miúdos de "Super Baldas", prova que não se restringe à comédia e Philip Seymour Hoffman passa quase despercebido - e os longos, pormenorizados e recorrentes diálogos técnicos, se até começam por dar alguma força ao filme (uma das primeiras cenas, numa reunião, será irresistível para aspirantes a argumentistas), não demoram muito a torná-lo numa obra por vezes demasiado hermética, cerebral, mecânica... e aborrecida. Em alguns momentos, como as sequências do protagonista com a filha, as personagens - e o espectador - conseguem respirar, mas no geral "Moneyball - Jogada de Risco" acaba por ser um filme que, como muitos jogos, sairia a ganhar com um pouco mais de emoção e surpresa.

 

 

Fundo de catálogo (75): Clã

 

Foi já há dezasseis anos que os Clã cantaram e dançaram "Pois É", o espevitado single do seu primeiro disco, "LusoQualquerCoisa" (1996). Tal como noutras canções do álbum, nesta a banda portuense testou o funk ou o ska e, ao longo do alinhamento desse registo, aventurou-se ainda pelo hip-hop, rock ou acid jazz, num conjunto de temas que respira anos 90 por todos os poros.

 

Se algumas dessas sonoridades tornam o disco inevitavelmente datado - nada que comprometa o seu entusiasmo contagiante -, boa parte do que se canta faz, talvez, ainda mais sentido hoje em dia. E nem é preciso ir muito além deste single para se sentir isso, com versos como "É o caos, é o caos, o futuro a ser/ e ninguém sabe o que ele vai, ele vai trazer", "a gente vê, está a ver passar o filme/ o forte tem a força, sem a força da razão" ou "menos cegueira, economia e mais educação". É ou não é? "Pois É":