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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

É uma aldeia libanesa, com certeza

 

Com o delicioso "Caramel", o seu primeiro filme, Nadine Labaki já tinha revelado uma predilecção por histórias que, embora açucaradas, não deixavam de meter o dedo na ferida. Se nessa estreia a libanesa abordava o dia a dia de um grupo de amigas em Beirute, dando eco às tensões de um país, na sua segunda obra, "E Agora, Onde Vamos?", volta a direccionar o olhar para as mulheres e atreve-se a ser um pouco mais dura no retrato.

 

A mudança está longe de ser radical, uma vez que a realizadora e actriz não assina aqui um drama pesado: há situações dramaticamente mais fortes e extremas, sim, mas também uma delicadeza que forra quase todas as cenas. O tom mais angustiante de alguns momentos deve-se sobretudo ao contexto que o filme aborda, desta vez rural, assentando a acção numa aldeia onde cristãos e muçulmanos convivem pacificamente. O problema é que quando começam a chegar notícias de situações pouco amistosas no resto do país, essa pacatez torna-se subitamente ameaçada... e cabe às mulheres salvar o dia (ou seja, impedir que a aldeia se torne no cenário de uma guerra protagonizada pelos seus maridos e filhos).

 

É verdade que, mais do que o filme anterior, "E Agora, Onde Vamos?" cede por vezes a soluções simplistas, revela alguma ingenuidade e saltita, em dois ou três casos, de forma demasiado brusca entre o drama, muito humor burlesco e até sequências musicais de relevância questionável. Mas isso não importa muito quando a realizadora abraça as suas personagens com tanta ternura e convicção, nunca caindo no sentimentalismo oportunista, na excentricidade gratuita (e aqui afasta-se das habituais comparações a Kusturica) ou numa visão panfletária da religião. Já não é pouco e volta a deixar um sorriso (mesmo que melancólico q.b.) à saída da sala.

 

 

Uma estreia com magia

 

Quem acompanha os Magic Wands desde as suas primeiras canções, relevadas há quatro anos, talvez não fique muito satisfeito com o seu álbum de estreia. Não que "Aloha Moon" seja um mau disco - longe disso -, mas além de relativamente curto, só traz cinco inéditos entre os seus dez temas.

 

A dupla de Chris e Dexy Valentine não será, por isso, das mais prolíficas do momento, embora esse aspecto acabe por interessar pouco: ter no mesmo álbum faixas tão viciantes como "Black Magic", "Treasure" ou "Warrior", pequenos achados indie/dream pop (ou "lovewave", segundo o duo de Nashville), é mais do que promissor e compensa qualquer baixo índice de produtividade.

 

"Aloha Moon", sério candidato a banda sonora regular deste Verão (sobretudo com praia por perto), é bem capaz de agradar tanto a adeptos dos Cure como dos Ladytron, The xx ou Raveonettes, alguns dos nomes que se escutam nas entrelinhas das suas canções. Em especial nas de "Space", o convidativo primeiro single: