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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Missão indistinta

missaoimpossivel

 

"MISSÃO IMPOSSÍVEL: NAÇÃO SECRETA" até tem, admita-se, umas quantas sequências capazes de ficar na retina, pelo menos mais do que boa parte dos filmes de acção dos últimos tempos. A muito falada cena com um avião, logo a abrir, depois uma debaixo de água, outra durante a apresentação de uma ópera e, sobretudo, a da perseguição de motas, tão trepidante como pode ser quando o cinema já nos habituou a sequências desse tipo - embora poucas possam gabar-se de tanto nervo e adrenalina.

 

Infelizmente, o todo vale menos do que a soma destas partes, até porque há outras (a maioria) que expõem o cansaço ou, no mínimo, a rotina da saga. À quinta aventura no grande ecrã, este capítulo nem é muito pior do que os anteriores, exceptuando o segundo (e desastroso) filme, a cargo de John Woo. Mas pouco vem acrescentar ao franchise ou ao cinema de acção em geral. E se não fossem as mais de duas horas de duração e o afinco técnico - e valores de produção - das três ou quatro sequências acima referidas, esta aventura seria confundível com a de um episódio de uma série (não necessariamente a que inspirou o filme, podia ser mesmo qualquer uma com ambientes de espionagem e intriga internacional).

 

Christopher McQuarrie, realizador do mais contido e mais intrigante "Jack Reacher" (também com Tom Cruise, também com sequela garantida), mostra uma segurança acima de de muitos tarefeiros nos momentos frenéticos, mas essa tensão é desperdiçada quando as personagens são meros joguetes. Até se aceita que já saibamos que o herói sai ileso, o problema é que a jornada não é lá muito empolgante, culpa de um Ethan Hunt mais raso do que nunca e de personagens secundárias ao mesmo nível. Mal se dá por Jeremy Renner ou Alec Baldwin, Ving Rhames é perfeitamente dispensável, Simon Pegg só se destaca pelas piadas (quase sempre sem graça) que tem para disparar. O vilão de Sean Harris, outro boneco, não vai ficar para a história e cabe a Rebecca Ferguson ter a personagem mais forte, com uma ambiguidade pela qual o filme, ainda assim, não se interessa muito (a não ser para motivar reviravoltas).

 

Fica o aviso: à saída da sala, a memória deste filme poderá autodestruir-se dentro de cinco segundos.

 

 

 

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