Apesar da oferta constante de novidades, vale a pena ir voltando a alguns álbuns do ano passado. Principalmente a discos como "Cranekiss", o terceiro de TAMARYN, editado sem grande espalhafato no Verão e casa de algumas das melhores canções do projecto da neo-zelandesa ("Hands All Over Me", "Sofcore" ou "Intruder (Waking You Up)" não deixam mentir).
A nova chamada de atenção oficial, "SUGARFIX", não será dos momentos-chave do alinhamento, mas ainda é um bom exemplo de dream pop aveludada que tem nos Cocteau Twins ou nos recém-regressados Lush influências assumidas - não por acaso, Tamaryn assegura a abertura de alguns concertos da digressão dos segundos.
Outras referências vão além da música e tanto incluem o grafismo de Vaughan Oliver para bandas da 4AD como o cinema noir, pontos de partida para o videoclip que acompanha o último single. É difícil vê-lo sem pensar em "Estrada Perdida", de David Lynch, enquanto a vocalista e compositora percorre as estradas do deserto californiano a altas horas:
Começou bem, dentro da Muralha, com o luto (temporário?) de Jon Snow, e continuou ainda melhor, ainda em tom invernoso, numa sequência de perseguição a elevar as expectativas. Em poucos minutos, com a correria na floresta entre a neve e água gelada, as cenas de Sansa e Theon conseguiram a urgência que faltou, por exemplo, às quase três horas de "The Revenant: O Renascido", que se arrastaram pelos mesmos ambientes.
Um grande regresso? Infelizmente, não chegou lá. E nesta altura, a entrar na sexta temporada com o hype maior do que nunca, "A GUERRA DOS TRONOS" não pode fazer a coisa por menos, mesmo que um episódio morno seja preferível aos mais inspirados de muita concorrência. Entre a energia dos primeiros momentos e uma muito falada revelação no final, cortesia de Melisandre, ficou pouco mais do que um ponto de situação às vezes interessante (Cersei e Jaime, os Bolton), outras redundante (Arya, Daenerys, Tyrion e Varis) e num caso especialmente frustrante (as cenas com os Martell, mais próximas de uma série duvidosa com argumentistas e elenco a preço de saldo, sobretudo quando as Sand Snakes aparecem e abrem a boca).
Se esta vai ser mesmo a melhor temporada de sempre, com a equipa da HBO tem garantido, então ainda vai ter de melhorar muito, e a narrativa saltitante e dispersa - cinco ou dez minutos por reino - que minou o episódio anterior não ajuda. Mas é esperar para ver, já que nesta altura ainda não sabemos (quase) nada...