Os GLASS CANDY parecem ser um projecto cada vez mais parelelo e pontual para Johnny Jewel, que nos últimos tempos tem andado mais ocupado com os Chromatics ou o percurso a solo (assinou, por exemplo, a banda sonora de "Lost River", estreia de Ryan Rosling na realização).
Qualquer novidade, por mínima que seja, terá por isso algum interesse para os fãs da dupla que junta o produtor à vocalista Ida No, até porque o muito adiado terceiro álbum, "Body Work", não parece querer ver a luz do dia tão cedo - e o anterior, "B/E/A/T/B/O/X", já data de 2007.
"HALLOWEEN" nem é uma canção nova, uma vez que foi partilhada pela dupla norte-americana em Outubro de 2011, mas ganha agora outro embalo ao ter direito a videoclip. E as imagens são tão sinistras como a música, criadas à medida para a noite das bruxas enquanto mantêm a banda em ambientes entre o suspense, a fantasia e o terror - cenários apropriados para esta synth pop periclitante que bem podia assombrar-nos em mais ocasiões:
Assinou um dos melhores álbuns do ano e veio a Lisboa apresentá-lo esta semana. PJ HARVEY actuou quinta-feira no Coliseu de Lisboa e não desiludiu, embora alguns (como eu) esperassem (ainda) mais de um concerto que ficou a uns passos da excelência, como escrevo neste artigo do SAPO MAG.
Uma canção para salvar o mundo? Katie Stelmanis não vai tão longe, mas a mentora dos AUSTRA acredita que ainda estamos a tempo de evitar a concretização das muitas previsões distópicas que tem visto à sua volta. E tenta juntar ideias para um compromisso colectivo a partir das valências individuais, da criatividade ou da compaixão no próximo álbum do projecto canadiano, "Future Politics", a editar a 20 de Janeiro de 2017.
O facto de o primeiro single se chamar "UTOPIA" leva a crer que Stelmanis está a par da dimensão daquilo que propõe, o que não a impediu de se inspirar em textos de economistas ou filósofos rumo a um conjunto de canções descritas como hinos para a pista de dança e auscultadores - com ritmos e ambientes na linha de alguma nova música de dança europeia, como Objekt e Peter Van Hoesen, ou clássicos urbanos (e com consciência política) da escola Massive Attack.
Por agora, vale a pena aguardar o disco com algum optimismo, já que tanto "Feel It Break" (2011) como "Olympia" (2013) estão entre a melhor pop electrónica dos últimos anos e o novo tema mantém a boa forma - em modo cristalino e minimalista, a confirmar a vertente dançável mas também propícia a audições caseiras. Já o videoclip é mais ambivalente, à medida que se encaminha para uma tensão (e solidão) comparável a alguns cenários de ficção científica distópica - os da regressada "Black Mirror", por exemplo.