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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Haja charme e savoir faire

Paupière

 

Revelados no EP "Jeunes instants", no ano passado, os PAUPIÈRE deixavam aí boas pistas para apreciadores de uma synthpop atenta aos ensinamentos dos Human League, Visage, Depeche Mode (dos primeiros tempos) ou dos mais esquecidos Deux - apenas alguns nomes da lista de favoritos do trio canadiano.

 

Essa primeira impressão não enganou. "À JAMAIS PRIVÉ DE RÉPONSES", o álbum do projecto de Pierre-Luc Begin, Julia Daigle e Eliane Préfontaine, mantém-se entre essas coordenadas mas expande um universo que deve tanto à geração new romantic como à chanson, com temas entoados a três vozes e sempre a optar pelo francês como idioma.

 

O disco é um dos lançamentos mais recentes da Lisbon Lux Records, editora de Montreal dedicada à pop electrónica, e talvez por isso não ande longe dos ambientes de alguns colegas de etiqueta, como os Sans Sebastien, outros que juntam melancolia, boémia e romantismo com um savoir faire assinalável. Mas os Automelodi, Xeno & Oaklander, Yelle ou Vive la Fête também podem ser apontados como parentes próximos da banda, que diz encontrar nos filmes de Xavier Dolan uma sensibilidade comparável à dos seus olhares sobre as relações modernas.  

 

Embora só seja editado a 15 de Setembro, "À jamais privé de réponses" já pode ser ouvido até lá, gratuitamente e na íntegra, no site da ICI Musique.

 

Como aperitivo, servem-se os vídeos de duas canções do EP de estreia, "Elle et lui" e "Cinq heures", e o do novo single, "Rex". Bon appétit!

 

 

 

 

Alison do outro lado da câmara

goldfrapp_2017

 

Nova chamada de atenção para um dos melhores regressos do ano. "EVERYTHING IS NEVER ENOUGH" é a aposta oficial mais recente para o sétimo disco dos GOLDFRAPP, "Silver Eye", o tal que devolveu a dupla britânica a domínios electrónicos - aqueles nos quais habitualmente está mais inspirada, pelo menos no formato álbum.

 

Percebe-se a escolha do tema, já que é dos mais imediatos do alinhamento, mas quem se tinha habituado a ele na versão original, que ultrapassava os cinco minutos de duração, talvez estranhe a edição promocional, que não chega aos quatro.

 

Nada que retire o apelo de um acesso dançável cujo travo místico parece sair reforçado no videoclip. Tal como o do single anterior, "Systemagic", a realização ficou a cargo da própria Alison Goldfrapp, que aqui aposta num tom mais luminoso - tendo Fuerteventura, nas Canárias, como cenário - enquanto volta a recorrer a ambientes oníricos q.b. habitados por corpos esculturais com pouco a esconder (neste caso só um, masculino, além da presença da cantora). Alguns novos anúncios a margarinas e detergentes que se cuidem: