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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Primavera de destroços

Beach House

 

Quem acusava os BEACH HOUSE de alguma redundância ao fim de seis álbuns talvez mude de opinião com a chegada do sétimo. As primeiras amostras, pelo menos, revelam a dupla de Baltimore menos fechada em si mesma e decidida a explorar um lado mais eléctrico e até vertiginoso, sem deixar os ambientes oníricos através dos quais se distingiu desde a estreia homónima, em 2006.

 

"Lemon Glow" e "Dive", apresentadas nos últimos meses, já deixavam boas pistas, e agora "DARK SPRING" volta a sugerir uma viragem para domínios shoegaze em modo mais acelerado, com uma efervescência de sintetizadores, guitarras e percurssão temperada pelos sussurros de Victoria Legrand. Enquanto não chega a confirmação - "7", assim se chama o disco, está agendado para 11 de Maio - fica o videoclip trepidante q.b., realizado por Zia Anger:

 

 

Corações puros, praias anti-crise ou uma Cinderela alternativa

SICILIAN GHOST STORY

 

Mais de 50 filmes em quase 20 cidades, com clássicos e (sobretudo) inéditos, a partir desta quarta-feira e até meados do Verão.

 

A FESTA DO CINEMA ITALIANO arranca a 11ª primeira edição esta noite, no Cinema São Jorge, em Lisboa, e mantém-se na capital até 12 de Abril, com sessões que se estendem à Cinemateca Portuguesa e ao UCI Cinemas - El Cortes Inglés.

 

A abertura fica a cargo de "Sicilian Ghost Story", o novo filme da dupla de Antonio Piazza e Fabio Grassadonia, realizadores do curioso "Salvo" (2013), que também chegou a Portugal através da Festa em 2014 e também já misturava amor e crime - embora o sucessor dê um passo que não se previa no universo fantástico e tem alimentado comparações aos ambientes de "O Labirinto do Fauno", de Guillermo del Toro.

 

Já a sessão de encerramento em Lisboa é "The Place", de Paolo Genovese, nome mais conhecido por cá pelo sucesso inesperado de "Amigos Amigos, Telemóveis à Parte" (2016). Mas além desses dois destaques habituais e dos ícones a relembrar este ano (da retrospectiva de Marco Ferreri a reposições de "Cinema Paraíso", "O Carteiro de Pablo Neruda" e "A Melhor Juventude"), há muitos inéditos menos sonantes ainda que não necessariamente menos interessantes a espreitar. Abaixo ficam cinco sugestões iniciais, com a promessa de ir apresentando mais descobertas por aqui nos próximos dias:

 

Cuori puri

 

"CUORI PURI", de Roberto De Paolis: Um dos filmes mais promissores da secção competitiva é esta primeira obra que acompanha uma adolescente de 17 anos e um rapaz de 25, cuja relação amorosa tem a (o)pressão religiosa da família dela e a marginalidade das origens dele entre os obstáculos. Bem acolhido em Cannes no ano passado, é um exemplo de realismo social que contrasta com a oferta (mais expressiva e até ofuscante) de comédia popular e ligeira da Festa.

 

Gatta Cenerentola

 

"GATTA CENERENTOLA", de Ivan Cappiello, Marino Guarnieri, Alessandro Rak, Dario Sansone: E se "Cinderela" tivesse uma versão negra, futurista e não tão aconselhável para os mais novos? O resultado pode ver-se nesta animação que venceu o Festival Monstra deste ano e tem dado que falar pela combinação de 2D e 3D enquanto se move entre a fantasia, o thriller e a ficção científica. Ancorada num navio do porto de Nápoles, a história parte do casamento de conveniência entre uma jovem rebelde e um traficante de droga com planos pouco abonatórios para a cidade.

 

Hannah

 

"HANNAH", de Andrea Pallaoro: Embora tenha dividido opiniões, este drama sobre o desespero de uma mulher que tenta lidar com a ausência do marido tem na interpretação de Charlotte Rampling um dos seus elementos consensuais. Premiada em Veneza pelo papel protagonista, a actriz britânica conduz um retrato da solidão e da alienação que pode ser tão intrigante como hermético - o que não espanta tendo em conta que o filme anterior do realizador, "Medeas" (2013), com Catalina Sandino Moreno, já tinha sido descrito como atmosférico e opaco.

 

Happy Winter

 

"HAPPY WINTER", de Giovanni Totaro: Um filme vincado pela crise também pode ser soalheiro, como o comprova este documentário encenado que olha com optimismo e humor para os milhares de banhistas que se fixam numa praia de Palermo durante todo o Verão, elegendo-a como residência estival. Além da curiosidade da premissa, o retrato tem sido elogiado pela forma como conjuga as dificuldades e partilha entre uma comunidade improvisada, do contraste de costumes a novos hábitos. É capaz de merecer um mergulho...

 

Set del film "L'Intrusa" di Leonardo di Costanzo..Nella foto Raffaella Giordano..foto di Gianni Fiorito.Questa fotografia è solo per uso editoriale, il  diritto d'autore è della società cinematografica e del fotografo assegnato dalla società di produzione

 

"L’INTRUSA", de Leonardo di Costanzo: Apesar de não faltarem histórias sobre a Camorra no pequeno e grande ecrã, neste drama a perspectiva é a de uma assistente social que trabalha num centro de crianças desfavorecidas de Napóles. Mas como o título do filme indica, esse espaço habitualmente protegido torna-se menos seguro ao acolher a mulher e os filhos de um criminoso local. A experiência de Leonardo di Costanzo no documentário terá ajudado a explicar o efeito realista da sua nova obra, aclamada em festivais como os do Cairo ou de Munique.

 

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