Já não é de hoje que Trent Reznor aponta GARY NUMAN como uma das suas principais influências. E a admiração é recíproca, tendo em conta que o britânico também confessou ter sido inspirado pela música do norte-americano nos seus álbuns mais recentes.
Os universos de ambos já se tinham cruzado, aliás, de forma mais vincada em "METAL", umas das faixas do disco de remisturas "Things Falling Apart" (2000), dos NINE INCH NAILS, que revia e recontextualizava, à maneira de Reznor, a canção homónima incluída no álbum "The Pleasure Principle" (1979), de Numan. E foi esse o tema que motivou o encontro mais recente da dupla em palco - depois de já o ter revisitado ou ao clássico "Cars" em anos anteriores - numa actuação em Las Vegas há poucas semanas, antes de os Nine Inch Nails terem regressado a Portugal para um dos concertos obrigatórios do NOS Alive.
Num alinhamento que contou ainda com uma versão de "Digital", dos Joy Division, e de "I'm Afraid of Americans", de David Bowie (tema que também se ouviu para os lados do Passeio Marítimo de Algés), "METAL" impôs-se como momento-chave, muito por culpa do encontro e do respeito mútuo evidente na colaboração - com Reznor a ceder as atenções a Numan enquanto este interpreta uma versão da sua canção mais próxima dos modelos dos NIN. O momento foi captado, num só take, por Brook Linder, num vídeo a preto e branco a juntar o melhor de dois mundos:
Nada mau, o balanço da colheita cinematográfica do primeiro semestre de 2018, tão bom ou melhor do que o de alguns finais dos últimos anos. Mas é pena que algumas das maiores surpresas - "A Eterna Desculpa", "Marvin" ou "A Lua de Júpiter" - tenham estreado num registo toca e foge, com distribuição em poucas salas e durante muito poucos dias. Nas séries, "Seven Seconds" ou "Gaycation" pareceram segredos demasiado bem guardados enquanto que "The Americans" soube terminar a tempo de ficar entre as grandes sagas (americanas) dos últimos anos. Já a lista de discos a reter desde Janeiro não é tão numerosa, embora mais por falta de oportunidade de digerir tanta oferta e conseguir dar a devida atenção a cada álbum (a insistência no streaming facilita a dispersão). De qualquer forma, se os próximos meses se mantiverem neste patamar, vale a pena ir estando atento às novidades de 2018: