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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Do cabaret para o concerto

Soft Cell 2018

 

Os SOFT CELL estão de volta para dizer adeus. Ou pelo menos para se despedirem dos palcos, num concerto na O2 Arena, em Londres, já este domingo, que a dupla britânica diz ser a sua última actuação de sempre.

 

Mas a banda de Marc Almond e Dave Ball também regressou aos discos com a caixa "Keychains & Snowstorms – The Soft Cell Story", revisão de um percurso que conta com um inédito. Primeira canção do duo em 15 anos, "NORTHERN LIGHTS" é mais uma crónica de amores desencontrados acompanhada de uma jornada nocturna, descendente directa dos relatos do clássico synthpop "Non-Stop Erotic Cabaret" (1981). E se não entra para a lista de temas obrigatórios dos SOFT CELL, é ainda assim bem-vindo e um bom pretexto para voltar a uma discografia que não merece ficar à sombra de "Tainted Love".

 

Igualmente ambientado na noite, o videoclip, gravado num clube de Manchester, é mais contido do que muitos dos seus antecessores, embora dê a entender que a dupla continua a fazer sentido num palco. A sensação sai reforçada noutro vídeo recente, o da passagem da banda pelo programa "Later... with Jools Holland" - que só faz lamentar (ainda mais) que o próximo concerto dos SOFT CELL seja mesmo o último:

 

 

 

Como crescer entre o punk e o grunge

Doe

 

São uns DOE mais crescidos os que se apresentam em "Grow Into It", o segundo álbum da banda londrina e sucessor de "Some Things Last Longer Than You", de 2016. Tal como a estreia, o novo disco, editado esta sexta-feira, parece manter-se fiel aos ensinamentos de algum rock alternativo (dos Pixies aos Helium ou Wavves), mas também ao legado do punk ou do grunge. 

 

Se a receita não será das mais originais, o grupo move-se entre esses ambientes com um à vontade e pujança consideráveis enquanto vai deixando um relato coming of age em canções inspiradas pelo crescimento e envelhecimento. "Queria compor um álbum no qual envelhecer fosse a antítese da tendência saturada de muitas bandas masculinas que cantam sobre a rejeição da idade adulta e quererem continuar jovens para sempre. Em vez disso, 'Grow Into It' é sobre encontrar luz e liberdade na idade", explica a vocalista Nicola Leel em comunicado.

 

Os dois primeiros singles, "HEATED" e "LABOUR LIKE I DO", são bons exemplos do poderio da banda, entre sussurros e momentos de descarga, com as guitarras ao alto. Apesar do crescimento, continuam a estar por aqui uma energia e urgência adolescentes - e transitam facilmente para os videoclips:

 

 

 

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