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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Há novas canções para o sol de Inverno

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Chama-se "Sémaphore", é o segundo álbum dos REQUIN CHAGRIN e também a primeira aposta da KMS Disques, a editora de Nicola Sirkis, vocalista dos Indochine. E vem confirmar as boas pistas do disco de estreia homónimo, editado em 2015 e um dos mais elogiados do indie rock francês dos últimos anos.

Projecto de Marion Brunetto, que começou como baterista antes de tentar criar canções para voz e guitarra, a aventura a solo acabou por adoptar um formato de banda (com mais três elementos) e o novo álbum retoma o cruzamento de dream pop, surf music e alguns acessos new wave. O resultado mantém também o francês como único idioma e tem uma produção tão directa e arejada como a estreia. Talvez até seja um alinhamento mais luminoso, sem deixar cair a melancolia, em parte pela produção de Adrien Pallot, colaborador de outros fenómenos de culto do novo pop-rock francês (dos FAUVE aos La Femme).

Entre as influências assumidas contam-se os Pixies ou as mais esquecidas Electrelane, mas também conterrâneos como os "padrinhos" Indochine (para quem a banda já fez primeiras partes de concertos) ou Étienne Daho. A nostalgia de verões da adolescência também tem algum peso em canções de sabor estival - embora não necessariamente hedonista -, e o mesmo pode dizer-se de algum cinema. O de Xavier Dolan, Gus Van Sant ou Larry Clark, por exemplo, parece ter eco no videoclip de "SÉMAPHORE", realizado pela vocalista com Simon Noizat, que vem dar mais luz e fulgor a um dos melhores momentos do disco - e é ideal para um primeiro mergulho nesta música fora de estação:

Um mambo de tipo electrónico

Throes + The Shine 2019.jpg

 

Três anos depois de "Wanga", os THROES + THE SHINE começam a abrir caminho para o quarto álbum, "Enza", prometido para este semestre. E se no disco anterior Igor Domingues, Marco Castro e Mob Dedaldino já faziam viragens ao rockuduro, fusão (de rock e kuduro) que deu que falar nos primeiros dias da banda, no que aí vem parecem reforçar a aproximação à electrónica - sem deixarem cair o apelo físico da sua música.

 

É para esses lados, pelo menos, que aponta o primeiro single, "BALANÇA", que mesmo sem ser das canções mais explosivas do trio portuense faz jus ao nome com um embalo contagiante, entre ritmos que cruzam o tribal e o urbano e palavras de ordem a vincar uma linguagem reconhecível.

 

Além desta amostra inicial, sabe-se que "Enza" vai contar com colaborações de Mike El Nite, Selma Uamusse, Cachupa Psicadélica e dos mexicanos Sotomayor, tendo ainda o holandês Jori Collington a ajudar na produção. Já para o videoclip de "BALANÇA", o grupo chamou André Carrilho, que filmou uma actuação cruzada com ilustrações de Mantraste por Rui Clara Gomes, numa criação de Sebastião Faro (GOD The Creation Director). Mas mais do que ouvir o disco, o vídeo faz querer conhecer as novas canções em palco, ou não fosse esse um território que os THROES + THE SHINE têm sido capazes de incendiar como poucos: