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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Do gótico ao gore, sempre com savoir-faire

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Há quem a considere a descendente gótica de Mylène Farmer, mas tal como outras comparações, essa fica aquém de MATHILDE FERNANDEZ e da sua música. Uma das novas promessas da pop francesa, a cantautora e pianista já passou pelo teatro ou pelas belas artes e desse cruzamento de universos surgiu uma obra tão musical como visual, com um fascínio pelo barroco e pelo macabro que passa por todas as frentes.

 

Mylène Farmer é uma influência assumida, sim, embora integre uma lista que conjuga canto lírico e rock gótico, fantasia medieval e cinema gore, Kate Bush e Nina Hagen, black metal e música clássica, Marilyn Manson e Rammstein - referências que não andam longe das que também marcaram os  Daisy Mortem, outra revelação francesa recente.

 

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"Live à Las Vegas", o EP de estreia, despertou as primeiras atenções, em 2015, através de uma pop onde os os teclados e os sintetizadores não ofuscavam a força da voz, exibida sem grandes reservas. E a atenção à imagem reforçou o misto de transgressão, romantismo e ironia, com Fernandez a assegurar a direcção artística das fotos e a co-realizar os videoclips.

 

"Hyperstition",  o segundo EP, editado no final de 2018, manteve essa matriz e levou alimentou o fenómeno de culto local enquanto foi deixando eco fora de portas. Nos próximos meses, um primeiro álbum, ainda por confirmar, pode levar esta música mais longe. Entretanto, remisturas como as de Perez ou Paul Seul para "OUBLIETTE", o novo single, já andam a requisitar espaço nas pistas de dança. Abaixo fica o videoclip da versão original do tema e o de "MON DIEU", uma das canções de "Live à Las Vegas". E ainda "AMÉRIQUE" ao vivo, a sugerir que esta voz também merece ser acompanhada nos palcos:

 

 

 

 

As bruxas de Reiquiavique

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Numa altura em que levam a vários palcos europeus o seu terceiro álbum (o muito aconselhável "Nótt eftir nótt", editado no final do ano passado), as KAELAN MIKLA aproveitam para promover mais uma canção a single.

Marcha de percussão, baixo e sintetizadores, "DRAUMADÍS" é dos episódios mais acelerados do alinhamento e sugere aquilo a que os Ladytron (da fase "Witching Hour" e "Velocifero") poderiam soar se cantassem em islandês em vez de apostarem no búlgaro de vez em quando.

O videoclip aprofunda o imaginário negro e oculto que inspirou o disco, com a banda a protagonizar uma história de bruxaria e sacrifício que homenageia filmes de terror italianos dos anos 60 e 70 - e condiz bem com alguma da música mais tensa e enigmática surgida em Reiquiavique e arredores nos últimos tempos:

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