O segundo álbum dos BOY HARSHER, "Careful", foi um dos regressos do ano que não desiludiram e há mais motivos para voltar a ele. Depois de "Face the Fire", "Fate" e "LA", a dupla nova-iorquina tem agora como aposta oficial "COME CLOSER", outra viagem entre a EBM e a darkwave conduzida pela voz de Jae Matthews, tão inquieta como até aqui, e pelos ritmos tão ou mais tensos a cargo de Augustus Muller .
Como não poderia deixar de ser, o videoclip é igualmente negro, atirando-se a um imaginário fantasmagórico, fetichista e nocturno que, estando longe de ser inesperado, é apropriado para a música do duo. E tendo em conta que não há visitas a palcos nacionais tão cedo (Portugal ficou fora da digressão europeia), por enquanto terá de servir para ir acompanhando, à distância, os passos de um dos projectos electrónicos mais intrigantes do momento:
Nota: texto com spoilers ligeiros de "A Guerra dos Tronos" (T8E1)
"Nada dura", diz Lorde Varys no novo episódio de "A GUERRA DOS TRONOS", o primeiro da oitava temporada. E os fãs da série da HBO já sabem disso há muito (assim como a maioria das personagens), agora que o Inverno chegou.
Mas no arranque dos últimos seis capítulos da saga televisiva, o que parece estar a em causa é a lealdade de Jon Snow, aqui cada vez mais encostado à parede tanto por Daenerys Targaryen como por Sansa e Arya Stark, com a série a arranjar espaço para uma nova intriga palaciana à medida que o exército dos White Walkers se aproxima.
O disparo de farpas (e a troca de esgares) vai sendo mesmo o melhor entre a sucessão de cenas dominadas por diálogos expositivos, opção que se tornou habitual nos episódios de abertura de temporada e que os argumentistas não conseguiram evitar mesmo numa fase de contagem decrescente. E se é verdade que é geralmente justificada, o resultado ficará aquém da expectativa monumental de boa parte dos fãs, sobretudo depois de dois anos de espera.
Por outro lado, quem já estava a contar com uma arrumação estratégica de peças antes de os argumentistas virarem o tabuleiro ao contrário não sairá muito decepcionado. Além dos encontrões de personagens, quase todos em Winterfell, também há espaço para reuniões amistosas (alô, família Stark, unida novamente), que não sendo especialmente surpreendentes surgem como recompensa justa para alguns protagonistas e para os fãs. Os espectadores mais atentos também deverão apreciar, aliás, as muitas rimas que este capítulo vai tendo com o já distante episódio piloto (sugeridas no início, sem margem para dúvidas na cena final).
De relevância mais questionável será o foco no retiro (em modo lua de mel improvisada) de Daenerys e Jon, que se por um lado traz uma variação bem-vinda a muitas cenas de interiores contidas q.b., ocupa tempo de antena que faria mais falta a outros arcos. O dos Greyjoy, então, é um exemplo gritante de que a aceleração e compressão (que já vem da sétima temporada) tira peso dramático a algumas personagens e acontecimentos.
Felizmente, não faltou drama aos últimos minutos, com Sam Tarly a contribuir para as sequências mais sentidas - e também das que mais prometem virar o jogo. Porque "nada dura", lá está, e talvez dure ainda menos quando Jon Snow fica (finalmente) a saber alguma coisa...