De trapezista de circo a um percurso como estilista, LIA PARIS já se movimentou em várias áreas antes de decidir assentar na música (pelo menos por agora). Mas mesmo aí tem um currículo em bandas que passaram pelo samba, rock ou jazz, a denunciar uma artista que não parece interessada em fixar-se num território específico.
"MultiVerso" será, então, um título certeiro para o segundo álbum da brasileira, o novo capítulo de um caminho a solo. Editado há poucos dias, o disco tem entre os muitos colaboradores Daniel Hunt, dos Ladytron, que assegura a produção de "A Roda" (um dos pontos altos do alinhamento) depois de uma primeira parceria no EP "Lva Vermelha" (2016).
Os títulos de algumas canções, como "Coração Cigano", "Tropical" ou "Andaluz", também dão logo conta da versatilidade de uma música com letras em português e inglês (embora soe mais singular no primeiro caso) que vai poder ser ouvida em palcos nacionais nas próximas semanas. A cantautora paulista subirá ao palco do Musicbox (Lisboa), dia 19; da Casa da Música (Porto), dia 20; do Texas Bar (Leiria), dia 21; e do Anfiteatro Montargil (Ponte de Sor), dia 26.
Presença praticamente assegurada em todos esses concertos, "NOITE" é o tema de abertura do álbum e também o novo single, com um embalo sedutor a abrir a porta para um multiverso pessoal mas transmissível:
Julho é um mês mais dado a banhos do que a balanços, mas também é uma boa altura para recordar o melhor que o primeiro semestre de 2019 foi trazendo. No cinema, destaque para os regressos de Abdellatif Kechiche (apesar das polémicas), Clint Eastwood (mais do que um regresso, uma reconciliação), Christophe Honoré (idem, aspas) e Florian Henckel von Donnersmarck (não há dois sem três). Embora aquém do impacto que mereciam ter, "Brightburn - O Filho do Mal" e "Mirai" souberam fugir ao óbvio no universo dos super-heróis e da animação, respectivamente.
No pequeno ecrã, duas desilusões: "A Guerra dos Tronos" e "Black Mirror", com aquelas que foram, de longe, as suas piores temporadas. Valham-nos surpresas como "Pose", "Das Boot: O Submarino" ou "Boneca Russa" - um balanço mais completo ficará para depois, com outras séries cujas temporadas ainda estão a meio.
Nos discos, a synth-pop e arredores ficaram mais uma vez bem entregue aos Ladytron, TR/ST, Automelodi ou Boy Harsher, bandas que tem sido difícil encontrar num palco nacional (só mesmo a primeira, e já lá vão uns anos). Não por acaso, alguns dos melhores concertos vistos nos últimos meses foram mesmo fora de portas... Pelo menos vai ser possível ver Sharon Van Etten por cá daqui a uns dias (no NOS Alive), embora o convite também pudesse alargar-se a outras vozes femininas (Honeyblood, CARLA ou Requin Chagrin deixaram boas recordações nos últimos tempos). Além destes, vale a pena ir (re)descobrindo os nomes da lista abaixo: