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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Quando a pop tem sangue industrial

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Através dos álbuns "Poppy.Computer" (2017) e "Am I a Girl?" (2018), POPPY fez jus ao nome destacando-se com uma pop electrónica directa e acessível, a lembrar os caminhos mais açucarados de Robyn ou Grimes (com quem já colaborou). Mas apesar de orelhudas, algumas canções foram acolhendo (sobretudo em parte do segundo disco) influências mais agressivas, do metal ao hard rock, que se tornaram ainda mais presentes nos últimos singles, "Concrete" e "I Disagree", editados este ano - com um cruzamento que não andava longe de uns Sleigh Bells ou Cherry Glazerr.

"BLOODMONEY", a nova canção de Moriah Rose Pereira, mantém essas coordenadas e traz para esta música contaminações industriais, com o frenesim e distorção da produção a sugerir audições atentas da obra dos Nine Inch Nails - até a letra, centrada na crença e redenção, parece descendente da escola de Trent Reznor. É mais um passo eficaz com o terceiro álbum em vista, que será um dos primeiros lançamentos de 2020 - "I Disagree" está agendado para 10 de Janeiro. O videoclip, com a californiana entregue à violência e à religião, talvez antecipe algumas ideias cénicas dos próximos concertos:

Verdadeiro ou falso?

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O segundo álbum de ROMERO FERRO está a meio caminho entre a canção popular romântica do Recife e a new wave e synth-pop, combinação que o cantor brasileiro baptizou de brega wave. Um corte com o EP "Sangue e Som" (2013) e o disco "Arsênico" (2016), mais assentes na MPB e no rock, que nem sempre é certeiro mas parece funcionar bem na transposição para os palcos.

"FAKE", um dos pontos altos do alinhamento, é também dos melhores candidatos a próximo single, depois de "Tolerância Zero" ou "Acabar a Brincadeira", e deixa de lado as preocupações amorosas de grande parte das letras para um retrato da obsessão pela imagem (dentro e fora das redes sociais).

Enquanto não tem videoclip, fica entre os bons motivos para querer ver o cantautor pernambucano ao vivo, como o concerto para a Rádio Universitária FM dá a entender. E também é das faixas que mais se aproximam da herança de David Bowie, um dos ídolos de FERRO, ao ter alguns ecos de "Fame" tanto na sonoridade como na temática. Venham mais desta linhagem: