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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

65 de 2019

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"Parasitas" no cinema, Boy Harsher nos discos, "Pico da Neblina" nas séries, Mashrou' Leila nos concertos. Estas estiveram, por aqui, entre as maiores surpresas de um ano que também valeu pelos regressos de Abdellatif Kechiche, Marco Bellocchio, Clint Eastwood ou Christophe Honoré ao grande ecrã enquanto "Watchmen" alargou os limites das aventuras de super-heróis (e do próprio storytelling de uma série, aliás) no pequeno, mesmo que no final tenha cedido à convenção.

Na música, Ladytron, Blanck Mass, TR/ST ou Bat for Lashes ajudaram a continuar a ter confiança no formato álbum, ainda que 2019, como muitos dos últimos anos, pareça ter sido mais forte em canções do que em discos. Ao vivo, manteve-se a sensação de que a grande quantidade de festivais nem sempre equivale a uma oferta assim tão diversificada - o que também explica que alguns dos melhores concertos da lista abaixo tenham decorrido fora de portas, com artistas que continuam sem passar por cá.

Talvez a aposta em nomes menos habituais esteja entre as resoluções de ano novo para uma ou duas promotoras... E, já agora, para três ou quatro exibidoras e distribuidoras de cinema, já que aí o panorama ainda é pior, com cada vez menos salas a acolher filmes que escapem ao rótulo de blockbuster. Nesse aspecto, é difícil não concordar com o diagnóstico de Martin Scorsese (polémica cinematográfica do ano?), por muito que "O Irlandês" não se possa queixar de falta de mediatismo (sobretudo face a outros títulos que estrearam directamente na Netflix, como "Atlantique").

Enquanto 2020 não traz novidades, fica aqui a sugestão de (re)descoberta de 65 propostas de 2019, dos ecrãs aos palcos, e com passagem cada vez mais obrigatória pelos serviços de streaming:

10 FILMES

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"Agradar, Amar e Correr Depressa", Christophe Honoré
"Brightburn - O Filho do Mal", David Yarovesky
"Correio de Droga", Clint Eastwood
"Mektoub, Meu Amor: Canto Primeiro", Abdellatif Kechiche
"Mirai", Mamoru Hosoda
"Mulher em Guerra", Kona fer i Strid
"Nunca Deixes de Olhar", Florian Henckel von Donnersmarck
"O Traidor", Marco Bellocchio
"Parasitas", Bong Joon-ho
"Toy Story 4", Josh Cooley

Fora de circuito: "And Then We Danced", Levan Akin; "Bangla", Phaim Bhuiyan; "Les hirondelles de Kaboul", Eléa Gobbé-Mévellec e Zabou Breitman; "Mario", Marcel Gisler; "Wardi", Mats Grorud

Filme português: "A Herdade", Tiago Guedes

Desilusão do ano: "Bacurau", Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles

10 DISCOS

Ladytron.jpg

"Amadeus", Wolfram
"Animated Violence Mild", Blanck Mass
"Careful", Boy Harsher
"Hyper Cristal", Irène Drésel
"Immanent Fire", Emily Jane White
"In Plain Sight", Honeyblood
"Ladytron", Ladytron
"Lost Girls", Bat for Lashes
"Mirages au futur verre-brisé", Automelodi
"The Destroyer - 1", TR/ST

Álbuns portugueses: "Desalmadamente", Lena D'Água; "Do Outro Lado", PZ; "Enza", Throes + The Shine

10 SÉRIES

Pico da Neblina.jpg

"Big Mouth" (T3), Netflix
"Das Boot" (T1), AMC Portugal
"GLOW" (T3), Netflix
"Gomorra" (T4), HBO Portugal
"Insecure" (T3), HBO Portugal
"Mrs. Fletcher" (T1), HBO Portugal
"Pico da Neblina" (T1), HBO Portugal
"Pose" (T1), Netflix/HBO Portugal
"The End of the F***ing World" (T2), Netflix
"Watchmen" (T1), HBO Portugal

Desilusão do ano: "A Guerra dos Tronos" (T8), Syfy/HBO Portugal

10 CONCERTOS

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Automelodi no Maravillas Club, Madrid
Boy Harsher em Conne Island, Leipzig
dEUS no Coliseu dos Recreios, Lisboa
Hot Chip na Columbiahalle, Berlim
Javiera Mena na Sala Mon Live, Madrid
Mark Lanegan Band no Lisboa ao Vivo, Lisboa
Mashrou' Leila na Botanique/Orangerie, Bruxelas
Nitzer Ebb no Lisboa ao Vivo, Lisboa
Rincon Sapiência no Festival Músicas do Mundo, Sines
Throes + The Shine no B.Leza, Lisboa

Desilusão do ano: Massive Attack no Campo Pequeno, Lisboa

25 CANÇÕES

Automelodi.jpg

Haddaway e o amor, duas décadas depois

Wolfram_Haddaway.jpg

"What is love?", perguntava Haddaway no single que ficou como um dos maiores hinos eurodance dos anos 90. Duas décadas depois, e com um percurso musical regular mas sem tanta visibilidade pelo meio, o cantor de Trinidade e Tobago radicado na Alemanha volta às questões amorosas em "MY LOVE IS FOR REAL".

O tema resulta de uma colaboração com WOLFRAM e é um dos singles de "Amadeus", o segundo álbum do músico, produtor e DJ austríaco. A dupla já se tinha juntado, aliás, no primeiro - "Wolfram", de 2011, na faixa "Thing Called Love", claramente a vincar um assunto de eleição - e volta aqui a territórios de electrónica dançável entre a house, o electro e, sem vergonhas, o eurodance.

Mas se a história de Haddaway parece ter ficado reduzida à de um one hit wonder, a de Wolfram não merece passar despercebida. O novo álbum, tal como o anterior já fazia, oferece um sortido apetitoso tanto nas colaborações - Peaches ou Pamela Anderson(!), creditada como Pam, também se juntam à festa - como nos temas instrumentais, num alinhamento relativamente curto mas capaz de conciliar ainda italo disco, synth pop ou ecos Hi-NRG.

A canção escolhida para single, no entanto, foi mesmo "MY LOVE IS FOR REAL", com a voz de Haddaway a impor-se entre teclados e sintetizadores (parentes próximos de uns Röyksopp ou Kleerup) sem que os anos pareçam ter passado por ela. O videoclip recém-estreado mostra a dupla num cenário idílico, não se levando muito a sério numa Chill Out Zone dominada pelo (b)romance:

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