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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

A cada um a sua estreia

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Percussionista dos Son Lux e Landlady, IAN CHANG também já emprestou os seus talentos a discos ou concertos de gente como Matthew Dear, Joan As Policewoman ou Moses Sumney. Mas uma das colaborações mais recentes deu-se em "Adult Baby" (2019), o primeiro disco a solo de Kazu Makino (vocalista dos Blonde Redhead), do qual o músico de Hong Kong radicado nos EUA foi parte importante.

Este ano, a cantora japonesa retribui o gesto ao ser uma das convidadas do álbum de estreia do baterista em nome próprio, que também conta com as vozes de Hanna Benn e Kiah Victoria, embora seja maioritariamente instrumental. A parceria resultou em "AUDACIOUS", o tema de avanço de "属 Belonging", disco esperado para 24 de Abril, e mostra CHANG a aproximar-se do formato canção depois da vertente mais experimental do EP "Spirital Leader" (2017), com ambientes abstractos entre a IDM e o free jazz.

Mas apesar de ser mais imediato e melódico do que parte da obra do seu autor, o single mantém-se próximo da pop esquizóide associada à vocalista, num exercício percussivo e electrónico que abre caminho para um álbum inspirado pelo encontro entre o maquinal e o humano - e com inspirações assumidas de discos de Björk, Burial ou Flying Lotus. Começa bem, e só é pena que as novas canções não devam passar pelos palcos tão cedo (exceptuando os virtuais, em tempos de coronavírus), já que ao vivo a música de CHANG ganha outro peso e trepidação (com provas deixadas em portentos virtuosos como "Quarry" ou "Spiritual Leader"). Ficamos, por agora, com o novo videoclip, a propor uma jornada audaciosa longe do mundo físico:

Um amor de juventude

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Já vai longa a espera por um novo álbum dos BRAIDS - "Deep In the Iris", o mais recente, saiu em 2015. Mas não vai ser preciso esperar muito mais por "Shadow Offering", o quarto álbum dos canadianos, agendado para 24 de Abril (produzido por Chris Walla, dos Death Cab for Cutie). E alguma canções até já foram chegando.

Primeiro foi "Eclipse (Ashley)", single atmosférico e nostálgico conduzido pelo piano e pela voz de Raphaelle Standell-Preston. Não sendo um mau começo, estava talvez demasiado encostado à memória de uns Cocteau Twins (o que não é caso único em boa parte da indietronica dos últimos anos).

"YOUNG BUCK", o segundo avanço, não parece carregar tanto o peso de uma influência óbvia enquanto deixa pistas mais vitaminadas e estimulantes. Também ajuda que mostre um lado  descontraído de uma banda que às vezes se leva demasiado a sério. Depois de ter deixado um relato feminista e assertivo em "Miniskirt", há uns anos, a vocalista entrega-se aqui ao apelo do desejo, sedução e obsessão, numa ode à beleza e à juventude temperada por algum humor. E oferece um rebuçado de pop electrónica com refrão forte e ritmo infeccioso, servido por um videoclip com energia e descontrolo hormonal a condizer: