Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

O sol nasce para todos

Moullinex.jpg

MOULLINEX tem tido uma rotina consideravelmente agitada durante o período de isolamento social, mantendo uma agenda que inclui DJ sets online aos sábados à noite (o mais recente, ao lado de Xinobi) ou actuações caseiras, a solo ou com a sua banda, na série de vídeos The Lockdown.

Foi, aliás, num desses episódios gravados em casa que Luís Clara Gomes começou por apresentar uma nova canção, um instrumental sem título nascido de teclados e sintetizadores, a meio caminho entre a euforia e a melancolia. Mas entretanto o tema não só ganhou nome, "LUZ", como passou a contar com a voz de GPU Panic (Guilherme Tomé Ribeiro, dos Salto).

Outra novidade é o videoclip, gravado com um iPhone dentro de um carro já na fase de quarentena, recorrendo a binóculos para observar momentos do quotidiano lisboeta de várias pessoas (convidadas a participar no projecto) nas suas janelas, varandas ou telhados.

Resultado de uma colaboração com o artista Bráulio Amado e filmado por Bruno Ferreira, tem a premissa da distância social mas não pretende ser um vídeo sobre o vírus ou a quarentena, sendo antes descrito como "quase uma curta-metragem sobre expressão individual, capaz de superar as restrições de isolamento, em casa. Sobre a arte quebrar as barreiras físicas em que vivemos e poder acontecer mesmo nestas circunstâncias".

Além de "LUZ", MOULLINEX partilhou nos últimos dias outros dois inéditos, "Ergo" e "Galesa", criados durante um encontro de músicos nos estúdios Key+Needle, em Nova Iorque, no ano passado. Tão ou mais direccionados para a pista de dança, podem ser ouvidos no EP "Nervous Brooklyn Sessions 2020", disponível nos serviços de streaming, tal como o novo single.

Sair ou não sair, eis a canção

Pet Shop Boys 2020.jpg

Ao contrário de outras canções surgidas por estes dias, o novo single dos PET SHOP BOYS não deriva da experiência do confinamento, embora se centre num rapaz decidido a não sair de casa. Mas essa reclusão parte da timidez e insegurança, não da obrigatoridade de uma quarentena, até porque "I DON'T WANNA" já conta com uns meses: é uma das faixas de "Hotspot", o 14.º álbum da dupla britânica, editado em Janeiro.

O disco, sem trazer nada de particularmente inesperado à obra de Neil Tennant e Chris Lowe, é pelo menos um fecho de ciclo seguro para a trilogia produzida por Stuart Price, que arrancou em 2013, com "Electric", e continuou em 2016, com "Super", talvez o registo mais consistente dos três. E tem no novo single um dos momentos mais imediatos, com uma carga dançável ampliada nas três remisturas que acompanham o lançamento: uma a cargo de Mano Le Tough, duas assinadas por David Jackson e todas recomendáveis, entre o electro e o italo disco. A edição completa-se com um inédito, o lado B "New Boy", a lembrar os episódios mais meditativos do álbum.

Também vale a pena espreitar o lyric video, um dos mais criativos dos últimos tempos, que ilustra o relato da canção com a linguagem da BD. Simples, directo, e a confirmar que afinal o rapaz retratado na letra até muda de ideias e sai de casa para ir ter com os amigos. Tendo em conta o panorama actual, já é quase uma história de ficção científica:

Pág. 1/8