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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Quais os 10 melhores filmes da década de 2010? (ou os favoritos, vá)

Top 10 da década.jpg

Como escolher os dez filmes favoritos de uma década? Se a selecção anual já não costuma ser pacífica, olhar ainda mais para trás dá outro peso ao desafio, obrigando a regressar a centenas (ou milhares?) de estreias vistas e algumas (poucas) revistas. Ficam as memórias, geralmente as do primeiro impacto, e a sempre subjectiva e relativa questão do gosto pessoal, sujeito a alterações na próxima década, no próximo ano, no próximo mês...

Mas no caso desta triagem, entre 2010 e 2019, não só o gosto pessoal não mudou assim tanto como mantenho o que escrevi na altura sobre a dezena de escolhas abaixo, todas acompanhadas de crítica, independentemente das classificações (que hoje até seriam quase todas mais elevadas, aliás). Há animação, terror, comédia negra, aparentados de super-heróis e, sobretudo, dramas realistas e familiares q.b. (a ter de apontar alguma tendência na lista), entre cinema europeu, norte-americano, asiático e árabe. E também há três menções honrosas num top 10 que, como quase todos, é demasiado curto (mas aceita sugestões ou mesmo reclamações de omissões imperdoáveis):

A Eterna Desculpa.jpg

"A ETERNA DESCULPA" (2016), Miwa Nishikawa

A Nossa Vida.jpg

"A NOSSA VIDA" (2010), Daniele Luchetti

A Visita.jpg

"A VISITA" (2015), M. Night Shyamalan

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"BOYHOOD: MOMENTOS DE UMA VIDA" (2014), Richard Linklater

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"DIVERTIDA-MENTE" (2015), Pete Docter e Ronnie Del Carmen 

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"MARVIN" (2017), Anne Fontaine

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"MULHERES DO SÉCULO XX" (2016), Mike Mills

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"PARASITAS" (2019), Bong Joon Ho

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"SCOTT PILGRIM CONTRA O MUNDO" (2010), Edgar Wright

Uma Separação.jpg

"UMA SEPARAÇÃO" (2011), Asghar Farhadi

 

3 MENÇÕES HONROSAS: "A Caça" (2012), Thomas Vinterberg; "Neds - Jovens Delinquentes" (2010), Peter Mullan; "O Inimigo da Turma" (2013), Rok Bicek

 

Orgulhosamente juntos em dias de isolamento

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Embora a pandemia do novo coronavírus tenha vindo reforçar as fragilidades laborais do sector artístico, o período de isolamento também acabou por servir de inspiração a criadores de várias áreas. E aos muitos casos que têm surgido nos últimos tempos juntam-se os dos MAN ON MAN e de TORRES, com novas canções e videoclips que ganham uma ressonância especial no Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+, assinalado este domingo, 28 de Junho.

Projecto de Roddy Bottum (teclista dos Faith No More e membro dos Nastie Band e Imperial Teen) e do seu companheiro, Joey Holman (ex-elemento da banda alternativa cristã Cool Hand Luke), os MAN ON MAN editaram o seu primeiro single, "DADDY", durante o período de quarentena e preparam-se para lançar um álbum gerado em casa nos últimos meses.

A canção, que parte do encontro sexual de um homem com um parceiro mais velho, junta cumplicidade, atrevimento e sentido de humor a um crescendo de guitarras com heranças de algum rock alternativo -- e vincado por uma sensibilidade pop evidente. O videoclip, protagonizado pelo próprio casal de músicos, que surge quase sempre em roupa interior, é que não parece ter caído bem a responsáveis do Youtube, que o removeram durante várias semanas até o terem reposto recentemente. Mas é difícil encontrar algum aspecto ofensivo num retrato que, conforme descreve a dupla, celebra o amor durante o confinamento - e com a particularidade de se afastar de uma representação estereotipada de um casal homossexual.

Não é mais um vídeo com homens "bonitos, jovens e depilados", assinalou Bottum em entrevista à Rolling Stone, e nem se esperaria que quem instigou Mike Patton a cantar sobre sexo oral gay de forma declaradamente despudorada fosse por aí (na distante "Be Aggressive", dos Faith No More, em 1992, um ano antes de o teclista assumir publicamente a sua homossexualidade).

"TOO BIG FOR THE GLORY HOLE", o novo single de TORRES, segue um caminho completamente diferente, apesar de o título sugerir outro relato espirituoso ou libidinoso. A canção é uma das que ficaram de fora de "Silver Tongue", o álbum mais recente de Mackenzie Scott, editado em Janeiro. E tal como alguns temas do alinhamento do disco (um dos melhores da norte-americana), nasceu da sua relação com a artista visual Jenna Gribbon.

Balada conduzida pela voz dolente da cantautora entre teclados e sintetizadores minimalistas, inspira-se na fase em que o casal decidiu partilhar casa e disse adeus a uma rotina solitária, o que ajuda a explicar o cenário doméstico de um videoclip feito a meias: Scott é a protagonista, Gribbon filmou-a num iPhone. Mais uma quarentena produtiva, portanto:

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