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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Uma via sacra até à pista de dança

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Apesar de ser o novo single dos GUSGUS, "OUR WORLD" não é propriamente uma canção nova. A terceira amostra oficial para o 11.º álbum dos islandeses já tinha surgido no alinhamento de alguns concertos (pelo menos desde 2016) e nem mudou assim tanto na versão finalmente editada. Mas tem pelo uma diferença substancial: a participação de Margrét Rán, vocalista dos VÖK e a adição mais recente ao grupo.

A voz protagonista, ainda assim, é a de Daníel Ágúst Haraldsson, um dos elementos originais do colectivo e actual mentor do projecto ao lado de Birgir Þórarinsson, outro dos criadores da banda de Reiquiavique. Sucessor da frenética "Higher" e da mais contida "Stay the Ride", a nova aposta para um disco ainda sem título nem data de edição revelados (será o primeiro desde "Lies Are More Flexible", de 2018) está algures entre os ambientes desses dois singles, com um embalo rítmico que vai do techno ao trance e intercala intensidades sem nunca chegar a explodir.

O videoclip acompanha o vocalista em modo aparentemente sacrificial, mas acaba por terminar num cenário festivo, o que não é assim tão inesperado numa banda que junta hedonismo e alusões religiosas desde os tempos em que Haraldsson entoava "I am in love with God" no clássico "Starlovers" (1999). É bom ver que algumas coisas nunca mudam:

O "french touch" já lá vai, mas ainda há boas novidades musicais francesas

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Descontando uma ou outra revelação, como Christine and the Queens, e grandes estrelas internacionais, caso dos recentemente separados Daft Punk, a nova música francesa já não chega a Portugal com a regularidade e dimensão de outros tempos (sejam os do "frech touch" electrónico, na década de 90, ou os dos universos da new wave e da chanson, mais lá para trás). Mas não será por falta de artistas interessantes. Nos últimos anos, Irène Drésel, Alice et Moi, Baptiste W. Hamon, FAUVE ou Modern Men, entre muitos outros, têm mostrado que há canções e discos merecedores de atenções fora de portas - da pop ao rock, da folk à música de dança.

Outro nome a acompanhar, REQUIN CHAGRIN é o projecto de Marion Brunetto, uma das apostas da KMS Disques - a editora de Nicola Sirkis, vocalista dos veteranos Indochine -, que depois de dois álbuns que justificam a (re)descoberta já anunciou o terceiro. Apontado para Abril, tem em "DÉJÀ VU" uma primeira amostra a sugerir que a dream pop, já presente nos registos antecessores, vai ganhar maior protagonismo. E a cantautora confirma-o ao salientar a influência dos Beach House, ainda que esta canção, dominada por teclados e sintetizadores, seja mais cintilante do que o registo habitual da dupla norte-americana.

O videoclip, a aliar simplicidade e elegância, mantêm o mar como ambiente natural, como já acontecia nas imagens de "Sémaphore", outro belo cartão de visita para um disco que valeu a espera, há dois anos.

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