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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

A hora dos lobos

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Ao terceiro, foi de vez: depois de um primeiro single que ainda merecia o benefício da dúvida ("The Men Who Rule The World") e de um segundo desapontante ("No Gods No Masters"), o novo avanço para o próximo álbum dos GARBAGE gera finalmente alguma expectativa. "WOLVES" livra-se do peso do mundo que sobrecarregava a letra da primeira amostra e da new wave genérica que dominava a sucessora, com uma energia fulgorante que merecia ter tornado o tema no cartão de apresentação do disco.

Guiado por uma mistura propulsiva de guitarras e sintetizadores e por um refrão forte, a canção parte de um olhar interior de Shirley Manson, a confrontar relações do passado e do presente, e não tanto do apontar de dedo global que dá o mote a "No Gods No Masters", o sétimo longa-duração do grupo (embora haja alusões à religião mais para o fim). "The Men Who Rule The World" já se debruçava sobre racismo, sexismo e misoginia, sem subtilezas, mas a banda parece estar mais à vontade quando se atira à ansiedade e à obsessão de uma esfera mais pessoal em vez de forçar a nota nas grandes questões.

Se este single for representativo do que o que o disco vai trazer, está garantido um regresso mais encorajador do que o de "Strange Little Birds" (2016), de longe o álbum mais desinspirado dos GARBAGE. É esperar até 11 de Junho e ir vendo o videoclip, a nova animação garrida assinada pelo artista chileno Javi.MiAmor:

Novas (an)danças do demónio

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Quatro álbuns volvidos, os DJANGO DJANGO mantêm um percurso confiável de evolução na continuidade. "Glowing in the Dark", o mais recente dos britânicos, traz um novo sortido electroacústico onde tanto cabe indie pop como aproximações à folk, psicadelismo controlado ou a voz convidada de Charlotte Gainsbourg (em "Waking Up", um dos pontos altos).

Apesar dessa versatilidade, talvez o disco soe, como os antecessores que se seguiram à estreia, mais familiar do que propriamente inesperado, mas ainda se vão encontrando surpresas suficientes por aqui. Uma delas fica a cargo de "KICK THE DEVIL OUT", o novo single, faixa que traz alguma agitação quando o alinhamento sugere tornar-se contido.

Com guitarras e cowbell a marcarem o ritmo e vozes gospel mais à frente, é um acesso dançável a lembrar a euforia Madchester - dos Happy Mondays de "Pills 'n' Thrills and Bellyaches" aos Primal Scream de "Screamadelica". O videoclip leva o frenesim para o quotidiano endiabrado de uma família suburbana - culpa de um hóspede que insiste em não sair de casa: