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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

OS MELHORES DE 2007: DISCOS

Entre a new rave, o techno minimal, o regresso do french touch, algum dubstep, novos nomes do shoegaze, rock q.b. e três ou quatro singers-songwriters, deixo 2007 com memórias de muitos bons discos mas poucos que de facto me arrebataram.
Como é habitual, houve várias boas surpresas (NYPC, Maps), algumas desilusões (NIN, Smashing Pumpkins), outras tantas confirmações (The Go! Team, Bloc Party) e uma série de canções de excepção, e mesmo que os álbuns tenham sido menos brilhantes acho que pelo menos os 30 que enumero abaixo valem a pena (e a maior parte dos que ouvi está aqui):
1 - "Les Chansons d'Amour", Alex Beaupain
Nem sempre um dos melhores filmes do ano tem banda-sonora à altura, mas em "Les Chansons d'Amour" isso acontece. Partindo de composições de Alex Beaupain, os actores do filme dão voz a relatos de melancolia em canções simples mas exemplares como "Les Yeux au Ciel", "Ma Mémorie Sale" ou "La Bastille". Louis Garrel sai-se particularmente bem, embora todos mereçam elogios por um belo disco que se destaca - e de que maneira - como objecto que vale por si.

2 - "Fantastic Playroom", New Young Pony Club
Quando a maioria das bandas que recolhe influências do pós-punk apenas insiste em fórmulas gastas, a estreia dos NYPC prova que ainda há quem consiga gerar um álbum refrescante e enérgico do princípio ao fim. Basta ouvir "The Bomb", "Hiding on the Staircase" ou "Ice Cream" para tirar as dúvidas.

3 - "We Are the Night", The Chemical Brothers
Com o seu álbum mais consistente desde "Surrender", Tom Rowlands e Ed Simons provam que ainda são os reis das pistas de dança. Novamente concentrando várias colaborações, dos Midlake a Willy Mason, passando pelos Klaxons (que em "All Rights Reserved" têm a sua melhor canção), "We Are the Night" é um belo espelho da electrónica - facção dançável - que se fez em 2007.

4 - "Fur and Gold", Bat For Lashes
Lembra Feist, Tori Amos, Björk ou Cat Power, mas consegue diferenciar-se destas. Num dos mais sedutores e intrigantes discos do ano, a britânica Natasha Khan inaugura uma carreira promissora que deixa já admiráveis provas de talento e sensibilidade em canções como "Bat's Mout", "Prescilla" ou "What's a Girl to Do?".

5 - "Chromophobia", Gui Boratto
Uma das revelações recentes da editora alemã Kompakt, o brasileiro Gui Boratto oferece no seu primeiro álbum novas cores e camadas ao techno minimal, conjugando apelo dançável e momentos contemplativos. Seja em episódios luminosos como "Scene 1", mais sombrios como "The Blessing" ou no hino "Beautiful Life", "Chromophobia" é quase sempre um disco viciante, para ir (re)descobrindo aos poucos.

6 - "We Can Create", Maps
Num ano em que vários projectos revisitaram o shoegaze - Asobi Seksu, Film School, Relay -, o de James Chapman foi talvez o mais convincente. Inspirado testemunho de pop atmosférica, "We Can Create" é sempre cativante e por vezes irresistível, e não foram muitos os discos com pérolas do calibre de "Elouise", "Back and Forth" ou "You Don't Know Her Name".

7 - "The Bird of Music", Au Revoir Simone
A banda preferida de David Lynch apresenta no seu segundo álbum um conjunto de canções que não destoaria num filme de Sofia Coppola: etéreas, serenas e de considerável carga onírica, as suas experiências pop são algumas das mais bonitas e reluzentes que se ouviram em 2007.

8 - "Saltbreakers", Laura Veirs
Baseando-se em reflexões em torno do sal e da água, Laura Veirs narra no seu sexto álbum uma série de histórias condimentadas por um equilibrado cruzamento de folk, alternative country e indie rock. Da trepidante "Phantom Mountain" à melancólica "Don't Lose Yourself", "Saltbreakers" é mais uma obra recomendável de uma singer-songwriter que merece mais atenção.

9 - "This Bliss", Pantha du Prince
No seu segundo álbum, o alemão Hendrik Weber desenha algumas das mais fascinantes paisagens alicerçadas no techno minimal, em composições milimetricamente trabalhadas que por vezes originam autênticos oásis sonoros como o belíssimo "Saturn Strobe" ou o hipnótico "Florac". Mais um caso que ajuda a explicar porque é que a electrónica viveu um bom ano.

10 - "Happy Birthday!", Modeselektor
Conjugação improvável de hip-hop, electro, techno, dub e grime, o mais recente registo da dupla alemã Gernot Bronsert e Sebastian Szary alia excentricidade, sentido de humor e experimentalismo numa das propostas mais inventivas do ano. Canções como "Let Your Love Grow", "The White Flash" (com Thom Yorke) ou "Godspeed" fazem deste um disco a ter por perto para várias audições.

11 - "The Magic Position", Patrick Wolf
12 - "White Chalk", PJ Harvey
13 - "The One", Shinichi Osawa
14 - "Citrus", Asobi Seksu
15 - "A Weekend in the City", Bloc Party
16 - "Proof of Youth", The Go! Team
17 - "23", Blonde Redhead
18 - "Lucky Boy", DJ Mehdi
19 - "No Shouts No Calls", Electrelane
20 - "Stateless", Stateless
21 - "Idealism", Digitalism
22 - "Hideout", Film School
23 - "The Con", Tegan and Sara
24 - "Our Love to Admire", Interpol
25 - "An End Has a Start", Editors
26 - "Untrue", Burial
27 - "Walls", Apparat
28 - "Learn to Sing Like a Star", Kristin Hersh
29 - "V Live", Vitalic
30 - "LP 1", Plasticines

5 Discos Portugueses:

1 - "0dd Size Baggage", Micro Audio Waves
2 - "Console Pupils", U-Clic
3 - "Cintura", Clã
4 - "Adriano Aqui e Agora - O Tributo", Vários
5 - "Dreams in Colour", David Fonseca


Outras distinções:

- Barrete do ano: Battles
- Tanto barulho por (quase) nada: Radiohead - grande campanha de marketing para um disco mediano
- Ainda estão aí para as curvas: Chemical Brothers
- Que venham para ficar: New Young Pony Club
- Mais do mesmo, mas desta passa: Interpol
- Mais do mesmo, e já chateia: Manic Street Preachers
- "Apedrejamento" mais injusto: Bloc Party


- Melhor compilação: "Kitsuné - Boombox"

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