Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

NÃO ESQUEÇAM AS BALEIAS

Depois de uma elogiada estreia com "We Care", de 1995, disco que contou com a colaboração de Tricky e incluía o single "Hobo Humpin Slobo Babe" (que obteve considerável passagem pela MTV), os suecos Whale editaram, em 1998, o seu segundo álbum de originais, "All Disco Dance Must End in Broken Bones" (onde é que foram buscar um título destes??).

Se no registo de estreia as canções eram tendencialmente rudes e áridas, expondo um rock alternativo algo agressivo, no álbum sucessor o grupo envereda por tons mais atmosféricos e estranhamente calmos.
O primeiro single, "Crying at Airports", combina trip-hop e spoken word e evidencia as consideráveis doses de electrónica presentes no disco. Para além destas sonoridades, "All Disco Dance Must End in Broken Bones" contém ainda momentos marcados pelo rock, pop, folk, gótico/industrial e mesmo alguns traços hip-hop.
O eclectismo dos Whale manifesta a tendência fusionista de finais dos anos 90, onde múltiplos projectos optaram pela combinação - muitas vezes improvável e arriscada - de referências e registos.

"All Disco Dance Must End in Broken Bones" é um álbum saudavelmente diversificado, mas irregular, pois o entusiasmo gerado pelas primeiras canções do alinhamento vai decrescendo progressivamente.
Temas como a nebulosa balada "Roadkill", o sombrio e inquietante "Smoke" ou o delicioso e irreverente "Losing CTRL" mostram os Whale no seu melhor, com assinaláveis cargas de criatividade e frescura, mas essa energia não se mantém em episódios mais mornos e desinspirados como "Go Where You're Feeling Free", "Into the Strobe" ou "No Better", canções mais banais e lineares.

Mesmo desequilibrado, "All Disco Dance Must End in Broken Bones" não deixa de ser um disco convincente e apelativo, brilhantemente produzido (o uso de samples, loops e restante panóplia electrónica é sedutor) e vincado por uma voz interessante (a vocalista Cia Soro, gélida mas envolvente, lembra Toni Halliday dos Curve ou Claudia Sarne dos 12 Rounds, o que só reverte a seu favor).

Um álbum recomendável, portanto, que percorre domínios próximos dos Garbage, Massive Attack, Sneaker Pimps, Nine Inch Nails ou Lamb mas consegue, ainda assim, gerar uma linguagem própria e peculiar.

E O VEREDICTO É: 3/5 - BOM

3 comentários

Comentar post