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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Fim-de-semana alucinante

Primeira longa-metragem assinada por Nicholas Mastandrea, assistente de realização de James Mangold, George Romero ou Wes Craven (que assume aqui a função de produtor), "Raça Assassina" (The Breed) oscila entre o suspense e o terror enquanto segue as peripécias de um grupo de cinco amigos numa ilha deserta.

 

Com uma premissa simples e um óbvio baixo orçamento, o filme não pretende mais do que provocar alguns sustos e proporcionar sequências carregadas de adrenalina, o que não é grande aspiração mas que mesmo assim nem sempre é atingida em tantos outros exemplos do género - e não custa muito pensar em várias películas de (pseudo)terror com adolescentes que não se elevam acima da mediocridade.

 

 

Não é "Raça Assassina" que vem alterar a tendência, embora acabe por surpreender ao ser daquelas obras das quais não se espera muito - realizador desconhecido, actores oriundos da televisão - e que até se desenvolve de forma mais competente e escorreita do que grande parte da concorrência.

 

O início não é o melhor, já que aposta num prólogo previsível e semelhante ao de tantos outros filmes, mas as baixas expectativas vão sendo contrariadas quando os jovens protagonistas chegam à ilha, a fim de passarem uns dias de férias na casa de um familiar de dois deles, e Mastandrea dá-lhes espaço para que sejam minimamente desenvolvidos como personagens e não só utilizados enquanto carne para canhão - ou, no caso, para cão, uma vez que o quinteto é acolhido por uma matilha faminta e pouco hospitaleira.

 

 

Recusando exageros gore ou quaisquer efeitos especiais, "Raça Assassina" apresenta uma sobriedade atípica nos filmes de terror recentes, amparando-se numa realização eficaz, ainda que sem rasgos, num elenco que cumpre e numa boa caracterização dos cães alterados geneticamente, cuja ameaça resulta credível e está na origem de alguns exemplares momentos de tensão.

 

Entre os actores há algumas nomes a acompanhar, caso de Michelle Rodriguez, cujo maior mediatismo resultou da sua participação na série "Perdidos" e que aqui confirma o carisma, ou de Eric Lively, uma das personagens da segunda temporada de "A Letra 'L'", que merece ser visto mais vezes no grande ecrã. Ambos encarnam figuras menos estereotipadas do que o habitual, assim como o circunspecto Oliver Hudson (irmão de Kate Hudson), embora Taryn Manning e Hill Harper se aproximem dos clichés da loura atraente e negro espirituoso, respectivamente.

 

 

É certo que "Raça Assassina" deixa algumas questões por esclarecer, sobretudo em relação à subsistência dos cães na ilha, e que a última cena é tão óbvia que chega a ser insultuosa para o espectador, contrastando com a relativa inteligência do argumento até então, mas quem esperar hora e meia de entretenimento sufocante q.b. não deverá sair defraudado. Só não é mesmo aconselhável a quem tenha medo de cães, ou corre o risco de não voltar a entrar numa sala de cinema.

 

 

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