CRIMES E ESCAPADELAS
Geradora de polémica no seu país de origem na altura das sua estreia em 2002, a adaptação mexicana para cinema do livro “O Crime do Padre Amaro” (El Crimen del Padre Amaro), de Eça de Queirós, dividiu opiniões e foi alvo de crítica por parte da Igreja Católica local, ou não apresentasse um olhar desencantado e mordaz sobre alguns dos seus elementos.
Paralelamente a estas críticas, algumas vozes nacionais insurgiram-se contra a falta de fidelidade do filme em relação à visão de Eça, situando os acontecimentos da obra nos dias de hoje e numa sociedade diferente daquela em que o autor se baseou.
Contudo, controvérsia aparte, esta adaptação de Carlos Carrera é uma conseguida e pertinente proposta cinematográfica, e mesmo não sendo totalmente fiel ao livro que a originou não deixa de lançar questões e convidar à reflexão acerca de temas – ainda tão actuais, em Portugal ou no México - como o celibato, o aborto ou a conduta, porventura dúbia, de certos representantes da Igreja.