Estreia da semana: "Entrelaçados"
Antes de mais, um desabafo: é incompreensível que o 50º filme da Disney chegue às salas apenas na versão dobrada em português. Nada contra as dobragens, antes pelo contrário, mas oferecê-las como única opção é meio caminho andado para afastar potenciais espectadores - a menos que a distribuidora entenda que um filme de animação só interessa a um público da pré-primária.
Até porque "Entrelaçados" - e agora sim, vem o elogio - não desmerece o nome dos estúdios e, como grande parte dos filmes que o anteceram, funciona bem junto de um público transversal.
Como alguns desses clássicos a que dá seguimento, recupera um contos de fadas (pela última vez, diz-se) e adapta com sensibilidade e humor a história de Rapunzel, dos Irmãos Grimm.
As personagens, da protagonista idealista e curiosa a um ladrão com coração de ouro, não esquecendo um cavalo com queda para detective, têm carisma. A narrativa desenha-se a um ritmo apelativo e assenta num argumento com imaginação e animação topo de gama.
A dupla de realizadores Nathan Greno e Byron Howard só não convence tanto quando volta à tradição do musical (modelo Broadway), daqui resultando os momentos menos inspirados do filme (tanto nas canções como no acompanhamento visual, combinação que "A Princesa e o Sapo" tinha voltado a trabalhar com melhores resultados). Talvez as canções até funcionem melhor na versão original... mas isso não descobriremos com a ajuda das salas de cinema nacionais.
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