Eles (ainda) são os Smix Smox Smux
Ao segundo álbum, os Smix Smox Smux continuam a brincar em serviço. Fazem bem, porque não há assim tantas bandas (ou não há mesmo mais nenhuma) que combinem o sotaque nortenho com falsetes, juntando algum desafinanço, doses ainda maiores de humor e um atrevimento que os faz saltitar entre sonoridades aparentemente incompatíveis.
Em "Os Gloriosos Smix Smox Smux Derrotarão os Exércitos Capitalistas", os três bracarenses chamam o conterrâneo Adolfo Luxúria Canibal para encarnar um vampiro (em "Sangue", canção que os Mão Morta não desdenhariam), fazem kuduro à moda do norte e deixam-no a marinar em rock gótico (na apropriadamente intitulada "Kuduro") ou metem-se por caminhos próximos do shoegaze para chegar a um ambiente de estádio enquanto falam do ensino (na atmosférica "Magia").
A radiografia de uma nação, em jeito de cartoon musical, completa-se em temas como "Divórcio", "Pinochet" ou "País Feliz", que fecha o disco de forma ainda irónica mas já não tão espirituosa.
Depois da estreia de há dois anos, com "Eles São os Smix Smox Smux", a sequela mostra que ainda o são nestas novas canções: mantêm-se castiços, atentos, inimitáveis e uma das melhores apostas da Amor Fúria.