Fundo de catálogo (79): Underworld
Tendo como pretexto a celebração dos seus 25 anos(!), os Underworld editaram, há poucas semanas, duas compilações. "A Collection", mais sucinta, inclui 16 temas da dupla de Karl Hyde e Rick Smith (não necessariamente os mais emblemáticos) em versões editadas para rádio. "1992-2012", com um olhar mais abrangente, estende-se por três discos que, além de recordarem os máxis, contam com inéditos e raridades.
Tanto numa como noutra, a revisitação da obra dos britânicos faz-se não a partir de 1987, data do surgimento da primeira formação do projecto (então um quinteto), mas de 1992, quando Hyde e Smith (e, durante algum tempo, o DJ Darren Emerson) iniciaram de facto o caminho para o estrelato dentro da música de dança - universo que ajudaram a expandir a partir de "Dubnobasswithmyheadman" (1994).
Estranhamente, e se em nenhuma das colectâneas falta (nem poderia faltar) "Born Slippy NUXX", improvável hino techno de uma geração e indissociável de "Trainspotting", de Danny Boyle (há poucos pares mais anos 90 do que este), alguns singles ou outros temas marcantes ficaram de fora.
Saúda-se que a lógica de arrumação de canções não seja a de um mero somatório de êxitos, seguindo os moldes mais preguiçosos de um best of, mas lamenta-se, por exemplo, a ausência de "Push Upstairs", single e um dos momentos-chave de "Beaucoup Fish" (1999). Além da canção, também o videoclip merece ser recordado, até porque as paisagens sonoras têm correspondência visual à altura: