O sabor da cereja
Já passaram 16 anos desde o último disco a solo de Neneh Cherry, "Man" (1996) - o tal que a catapultou de vez para as rádios e televisões com "Woman" e "Seven Seconds" (ao lado de Youssou N'Dour), de longe os temas mais populares a que deu voz.
Não esteve parada entretanto: depois da viragem do milénio, a cantora sueca assinou colaborações de boa memória com os Gorillaz, Groove Armada, Kleerup ou 1 Giant Leap e até formou uma banda, CirKus, com o marido (o produtor Cameron McVey) e a filha.
Mas é agora, com "The Cherry Thing", que mais se aproxima de um regresso a sério, mesmo que o disco resulte de uma parceria com o (também escandinavo) trio jazz The Thing.
Distante dos hinos pop que a levaram a um público alargado em finais dos anos 90, o álbum parece recuperar o gosto pela diluição de fronteiras que fez de "Raw Like Sushi" (1989) e "Homebrew" (1992) discos marcantes - e precursores do que viria a chamar-se trip-hop.
Entre os temas do alinhamento, quase todos versões, encontra-se "Dream Baby Dream", releitura do tema os Suicide que conta já com uma remistura de Kieran Hebden (ou seja, Four Tet), disponível no vídeo abaixo. Para ver e ouvir fica também "Accordion", versão de Madvillain/MF Doom e um single muito menos radiofriendly do que os de outros tempos: