Fundo de catálogo (90): L7
Se há bandas que podem ser acusadas de fazer sempre o mesmo disco, as L7 estarão nos primeiros lugares da fila - tal como alguns dos seus ídolos, dos Ramones aos AC/DC. Não que haja algum problema com isso, até porque que a discografia do quarteto de Los Angeles disparou, sobretudo nas primeiras edições, uma mistura de punk, grunge e metal que, mesmo sem grandes variações, era bem mais efervescente do que muito rock nascido nos últimos anos.
"Smell the Magic" (1991), o segundo álbum da banda de Donita Sparks, Jennifer Finch, Suzi Gardner e Demetra Plakas - e o primeiro e último com o selo da Sub Pop, então em alta -, é um dos melhores exemplos dessa química em estado bruto. Além de ter sido determinante para que as L7 fossem associadas à cena riot grrrl (rótulo que rejeitaram, apesar de partilharem alguns ideais feministas), o disco abriu caminho para a popularidade que seria consumada no registo sucessor, "Bricks Are Heavy" (1992), casa de hits como "Pretend We're Dead" ou "Shitlist".
Antes desses singles, o grupo já causava estragos com "Fast and Frightening", um dos temas mais populares de "Smell the Magic", que também contou com a benção da MTV. O videoclip pode (re)ver-se abaixo, juntamente com outros dois pontos altos desse disco: "Shove", numa versão ao vivo interrompida pela invasão de palco de um fã (faz parte...), e a versão de estúdio de "Broomstick", com um braço de ferro entre a voz gutural de Suzi Gardner e uma respeitável artilharia de riffs: