Maria, a ilusionista
Maria Minerva ainda está para fazer um disco tão determinante como algumas das influências que assume (gente como Brian Eno ou Cabaret Voltaire), mas ninguém pode dizer que não é por falta de empenho. Uma cassete, dois álbuns e outros tantos EPs, só nos últimos dois anos, ajudaram a despertar atenções em torno desta estoniana (residente em Brooklyn) que tem feito alquimia, mais ou menos bem sucedida, com electrónica geralmente densa, abstracta e experimental.
Depois do álbum "Will Happiness Find Me?", editado em Setembro do ano passado (e gravado em Lisboa), Minerva volta aos EPs já em Abril, com "Bless", e além de prolífica parece estar inspirada. "Black Magic", a primeira amostra, é uma das suas melhores canções e provavelmente a mais pegajosa, mesmo sem deixar de manter estranheza e misticismo q.b. para que muitas playlists radiofónicas lhe torçam o nariz (fazem mal). E em vez de reflectir influências mais remotas - e mais habituais em canções anteriores -, este single faz desconfiar que a sua autora andou a ouvir (com atenção) o último álbum de Grimes. Nada contra, antes pelo contrário: