Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Os dragões pariram um rato?

Valeu a pena esperar quase dois anos (!) pela segunda temporada de "HOUSE OF THE DRAGON"? O primeiro episódio não convida a dar uma resposta definitiva, mas assegura que nada voltará a ser o mesmo na muito popular série da plataforma Max.

House of the Dragon.jpg

Quem espera sempre alcança ou desespera? No caso do spin-off de "A Guerra dos Tronos", a resposta talvez esteja algures pelo meio visto o arranque da nova leva de episódios (desta vez são apenas oito em vez dos anteriores dez, e a terceira época já está confirmada).

"A Son for a Son", o capítulo inaugural da segunda temporada, já deu que falar pelas avenidas da internet devido a um final "chocante", é certo, por muito o que o choque seja cada vez menos novidade nas aventuras de Westeros e que, dizem alguns dos que leram os livros "Sangue e Fogo", de George R.R. Martin (nos quais a série se inspira), a polémica sequência em causa fique aquém do abanão dramático do relato original.

House of the Dragon 3.jpg

Infelizmente, até esse momento decisivo esta hora de televisão sabe a pouco, tendo em conta os quase dois anos de intervalo entre temporadas (a primeira despediu-se em Agosto de 2022). Nada que não tivesse acontecido já em alguns recomeços da série mãe, às vezes mais dedicados a sinalizar as posições das peças no tabuleiro do que em as fazer avançar. "HOUSE OF THE DRAGON", no entanto, tem o inconveniente de contar com menos peças memoráveis.

Os saltos temporais da primeira temporada nem sempre jogaram a favor da construção das personagens nem do desenho das relações entre elas, e as mudanças de elenco vieram tornar confuso q.b. um universo mais delimitado (e à partida mais simples) do que o de "A Guerra dos Tronos" - já para não dizer que ter actores quase de idades próximas a interpretarem mães e filhos da mesma família é uma opção que belisca a verosimilhança (como se não bastassem aquelas perucas louras).

House of the Dragon 2.jpg

Os primeiros minutos até trazem, admita-se, algum ar fresco, ou mesmo frio (alô, Winterfell). Mas os seguintes limitam-se a picar o ponto, reencontrando as personagens em diálogos expositivos e nos quais o espectador precisa de um conhecimento enciclopédico destas linhagens familiares para saber a que pessoas os interlocutores se referem (algo que parecia acontecer menos na saga-matriz, apesar da galeria de protagonistas mais vasta, e que a longa distância entre estreias de temporadas acentua).

O ritmo narrativo também não é o mais aliciante e há sequências que parecem cair do ar (como a de Corlys Velaryon), embora outras contenham algum substrato emocional (caso da que conjuga momentos de luto de Rhaenyra Targaryen e Alicent Hightower, sublinhando a ambivalência da segunda em relação a cenários de guerra).

Mas o tal momento-"choque" promete, lá está, virar o jogo de forma definitiva e fazer com que este primeiro episódio, mais funcional do que saciante, seja muito pouco representativo do que se segue. E até traz uma novidade a esta saga, ao fazer olhar duas vezes para os "ratos" antes de temer a chegada dos dragões...

"FANTASMAS" estreou-se na Max a 17 de Junho. A plataforma de streaming estreia novos episódios todas as segundas-feiras.

Cinema, TV e música: agora, sim, os melhores de 2023

2023.jpg

O primeiro post de 2024 é dedicado ao melhor de 2023, agora que o ano já acabou (afinal, Dezembro também merece entrar nestas contas) e que já houve mais tempo para digerir e revisitar o cinema, séries e música (em disco e nos palcos).

Balanço francamente positivo em todas as frentes, com destaque para vários óptimos filmes que ainda continuam a ter lugar nas salas (mesmo que por poucas semanas e alguns ofuscados por fenómenos como "Barbenheimer") e para a produção televisiva que não parou de dar argumentos para também ir ficando por casa (embora a multiplicidade de plataformas de streaming, aparentemente sem fim à vista, não facilite poder estar a par de tudo).

Na música, e como tem acontecido nos últimos anos, 2024 parece ter sido mais forte em canções do que em álbuns, por muito que à dezena de discos abaixo se pudessem acrescentar outros tantos a ouvir com atenção (os de Billy Nomates, Róisín Murphy, Nicole Dollanganger, Debby Friday, Sweeping Promises, Jake Shears, Current Affairs, Miss Grit ou Depeche Mode). E nos concertos, ficou a vontade de ver menos repetições em festivais quando parecem faltar concertos de sala: os dos dEUS, Metric e Feist, três picos ao vivo num recinto fechado, dificilmente teriam tido tanto impacto noutro contexto.

10 FILMES

Dias em Chamas.jpg

"A Acusação", Yvan Attal
"A Água", Elena López Riera
"As Oito Montanhas", Felix Van Groeningen e Charlotte Vandermeersch
"Babylon", Damien Chazelle
"Dias em Chamas", Emin Alper
"Homem-Aranha: Através do Aranhaverso", Joaquim dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson
"Jeanne du Barry - A Favorita do Rei", Maïwenn
"Nostalgia", Mario Martone
"Os Passageiros da Noite", Mikhaël Hers
"Retratos Fantasmas", Kleber Mendonça Filho

5 menções honrosas

A Última Noite em Milão.jpg

"A Última Noite em Milão", Andrea Di Stefano
"As Bestas", Rodrigo Sorogoyen
"Céu em Chamas", Christian Petzold
"Debaixo das Figueiras", Erige Sehiri
"Holy Spider", Ali Abbasi

Barrete do ano: "Oppenheimer", Christopher Nolan

3 FILMES PORTUGUESES

Ice Merchants.jpg

"Ice Merchants", João Gonzalez
"Os Demónios do Meu Avô", Nuno Beato
"Vadio", Simão Cayatte

10 SÉRIES

Top Boy.jpg

"A Lição" (minissérie), RTP2/RTP Play
"A Maravilhosa Sra. Maisel" (T5), Prime Video
"A Noite em que Logan Despertou" (T1), Filmin
"Das Boot: O Submarino" (T3), AMC
"Fauda" (T4), Netflix
"Fleishman em Apuros" (T1), Disney+
"Mentiras Passageiras" (T1), SkyShowtime
"Reservation Dogs" (T2/T3), Disney+
"Somebody Somewhere" (T2), HBO Max
"Top Boy" (T3), Netflix

3 menções honrosas

The Legend of Vox Machina.jpg

"A Lenda de Vox Machina" (T2), Prime Video
"Estreantes" (T1), Netflix
"Um Homicídio no Fim do Mundo" (minissérie), Disney+

10 DISCOS

Art School Girlfriend.jpg

"Bobbie", Pip Blom
"Chrysalis", Zanias
"Glimpse of Heaven", Chasms
"How to Replace It", dEUS
"Internal Working Model", Liela Moss
"Love Lines", Nuovo Testamento
"Mid Air", Romy
"Pre-Code Hollywood", Jonathan Bree
"Radical Romantics", Fever Ray
"Soft Landing", Art School Girlfriend

10 DISCOS NACIONAIS

Hadessa.jpg

"!!", Cláudia Pascoal
"Expresso Transatlântico", Expresso Transatlântico
"FORTUNA", HADESSA
"Latent Content", Strond
"Metamito", Metamito
"Se Dançar É Só Depois", Ana Lua Caiano
"Sensoreal", Rita Vian
"Tracy Vandal Plays Victor Torpedo", Victor Torpedo & Tracy Vandal
"Tristana", Stereossauro
"ZEITGEIST", The Legendary Tigerman

20 CANÇÕES

The Chemical Brothers.jpg

"As feras, essas queridas", Letrux
"Closing", Zanias
"Collect", TORRES
"Come and Find Me", Liela Moss
"Days of Oblivion", Metric
"Dolgoch Dry As Ash", Clark
"Drift", Glasser
"Fake Happy", Hannah Georgas
"Glimpse of Heaven", Chasms
"Hanté de moi", Fragrance.
"Heat", Nuovo Testamento
"Heaven Hanging Low", Art School Girlfriend
"How to Replace It", dEUS
"I Can Be Your Man", Pip Blom
"Live Again", The Chemical Brothers feat. Halo Maud
"Love Is", Megabod
"My Darling True", Nicole Dollanganger
"Retributions Of An Awful Life", Heartworms
"Times Square", Jam City feat. Aidan
"What a Man", Debby Friday

Não chegam? É seguir por aqui:

15 CANÇÕES NACIONAIS

Expresso-Transatlântico.jpeg

"Artificial", Filipe Keil
"Bandeiras", Bandua
"Gin", Entre Aspas
"Library Loudness", Strond
"Liquid Luck", Micro Audio Waves
"Lugar II", Cláudia Pascoal
"Nome de Mulher", Stereossauro
"Político Antropófago", Cara de Espelho
"Porque Nada tem um Fim", Expresso Transatlântico
"Se Dançar É Só Depois", Ana Lua Caiano
"Temos Tempo", Rita Vian
"Temperança", HADESSA
"The rabbit hole", Birds Are Indie
"Tour de Force", Moullinex
"Viver", SAL

Outras escolhas da prata da casa aqui:

10 CONCERTOS

METRIC.jpg

Al-Qasar feat. Alsarah no Festival Músicas do Mundo, Sines
Bandua no Lux
dEUS no Coliseu de Lisboa
Expresso Transatlântico no B.Leza
Feist no Coliseu de Lisboa
Florence + The Machine no MEO Kalorama
Foals no MEO Kalorama
Letrux no Musicbox Lisboa
Metric no Live Music Hall, Colónia
The Hives no Capitólio

Não fossem os problemas de som e estaria na lista: Yeah Yeah Yeahs no MEO Kalorama

Barrete do ano: Debby Friday na Galeria Zé dos Bois (não que tenha sido mau, mas 35 minutos são pouco mais do que um showcase)