O destruidor contido
Nos seus dois álbuns, "TRST" (2012) e "Joyland" (2014), Robert Alfons foi desenhando um caminho inventivo entre a synthpop, o electro ou a darkwave inicialmente percorrido ao lado de Maya Postepski (que até há poucos meses também era baterista dos Austra e que agora se dedica à aventura a solo Princess Century).
Mas quando o terceiro disco parece estar cada vez mais próximo, o novo single de TR/ST (projecto nos primeiros anos denominado Trust) aponta outras referências, que se destacam pela viragem para territórios menos electrónicos. Embora ainda tenha uma atmosfera tão sombria como o habitual, "DESTROYER" assenta na bateria e no piano, motores de um dinamismo rítmico não tão direccionado para a pista de dança como temas do passado - e até de um passado recente, como "Bicep", o outro inédito revelado este ano, durante o Verão.
Sem ser dos momentos mais infecciosos desta discografia, a canção mais recente do músico de Toronto não deixa de ser um bom regresso, com a melancolia a derivar para a alienação no videoclip protagonizado (e co-realizado) pelo coreógrafo Ryan Heffington, ponto de partida para um álbum gravado durante um período de isolamento no interior do Canadá - e que deverá debruçar-se sobre o narcisismo, a frustração e fantasias sexuais, avança Alfons. Uma jornada interior a acompanhar em 2018, de preferência com direito à estreia de TR/ST em palcos nacionais - até porque a espera já vai longa...