Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

A adorável vida selvagem

savages_2015

 

É difícil negar que as SAVAGES têm a lição pós-punk bem estudada, da música à imagem, da atmosfera à pose, com palavras tão negras como a indumentária. Daí a "Silent Yourself" (2013), o álbum de estreia das britânicas, ser motor de epifanias, ainda vai alguma distância - a mesma entre alunas invulgarmente esmeradas, preferíveis a colegas que se limitam a copiar a matéria básica, e professores geniais, quase insuperáveis na sua área.

 

Três anos depois, e já com o segundo disco à vista, o cenário parecia não mudar muito, com os primeiros avanços de "Adore Life" (chega já no dia 22) a abrir caminho com guitarras em ebulição e a voz enfurecida de Jehnny Beth. "The Answer""T.I.W.Y.G." foram petardos com vontade de causar estragos, sobretudo ao vivo, mas dificilmente ficarão como canções capazes de deixar grande rasto.

 

Felizmente, o novo single sugere que o alinhamento do álbum pode trazer mais do que rock tão escorreito como genérico, naquela que é uma das canções mais eloquentes das londrinas. O ambiente continua austero, na linha da estreia, a postura é ainda confrontacional. O que muda? Talvez a cedência de "ADORE" a alguma paz interior, ou a paz interior possível nas Savages, num elogio à vida mais intrigante do que a revolta dos primeiros tempos. O videoclip, minimalista sem deixar de ser elaborado, também ajuda, e o final da canção revela uma banda em estado de graça - e finalmente à altura do estatuto de referência algo precoce. Se "Adore Life" seguir por aqui, temos disco.

 

 

Comentar:

Mais

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.