A dança macabra tem mais passos
Dos The Faint pouco se ouviu falar depois de um "Fasciinatiion" (2008) não muito fascinante, que raramente mantinha a garra tão bem demonstrada em "Danse Macabre" (2001). Mais de dez anos passados desde esse terceiro álbum emblemático, que os colocou no mapa do revivalismo pós-punk de inícios do milénio, os norte-americanos estão de volta com novo disco, o sexto, finalmente capaz de recuperar uma urgência quase dada como perdida.
Não que o som surpreenda muito. "Doom Abuse" mostra uma banda igual a si própria, pouco interessada em reinvenções, embora com uma convicção surpreendente quando se atira a um rock electrónico com laivos new wave ou industriais, referências de canções directas, aceleradas e fulminantes.
O resultado tanto convida a uma audição dupla ao lado do novo dos Liars - mesmo que "Mess" seja menos imediato - como lembra a vertente mais explosiva dos Primal Scream ou os esquecidos Deadsy - e deriva, como estes, das atmosferas sintéticas desbravadas por Gary Numan há três décadas. Entre os maiores concentrados de alta voltagem estão temas como "Animal Needs", "Scapegoat", "Your Stranger" ou o novo single, "Evil Voices", com videoclip à medida do frenesim: