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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

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A "mulher grande" e a rapariga que já é uma mulher

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Nota: texto com spoilers ligeiros de "A Guerra dos Tronos" (T8E2)

 

Apesar de "A GUERRA DOS TRONOS" já estar a quatro episódios do final, os argumentistas da série da HBO não parecem ter muita pressa em desenhar grandes viragens na trama. Se o primeiro episódio da oitava temporada começou por arrumar a casa, como já se esperava, o segundo não propôs reviravoltas drásticas e dramáticas - daquelas que tornaram a saga icónica - e voltou a ficar-se pela atmosfera de bonança (relativa) antes da tempestade (iminente e inevitável).

 

Os fãs que esperam por uma overdose de sangue, suor e lágrimas não vão ter de aguardar muito mais, de qualquer forma. O fim está prestes a entrar pelas portas de Winterfell sem pedir licença, com a muito antecipada batalha contra os White Walkers, já no terceiro episódio (a maior de sempre no pequeno ecrã, promete a produção, num capítulo de 80 minutos), e por isso mesmo esta última noite contou com uma aura especial - ainda que à primeira vista partida possa reduzir-se a uma sucessão de cabeças falantes.

 

Mais do que violência crua, sexo despudorado e traições trágicas, "A GUERRA DOS TRONOS" impôs-se pela força e carisma das suas personagens, e é bom ver que esse elemento não ficou esquecido (embora nem todas tenham tido arcos à altura do seu potencial nas últimas temporadas). "A Knight of the Seven Kingdoms" foi uma carta de amor a boa parte delas, e o esforço de permitir que a maioria tivesse tempo para brilhar (antes do provável último fôlego de algumas) foi notório.

 

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O acolhimento de Jamie Lannister em Winterfell não terá sido especialmente inesperado, é certo, mas prepara-se para fechar uma das melhores histórias de redenção da série - e as reacções das personagens que o receberam são coerentes com o que está para trás. Mais interessantes, no entanto, foram as cenas com duas mulheres capazes de triunfar num mundo de homens. Ou que era inicialmente masculino mas que o tem sido cada vez menos, muito graças a elas: Brienne of Tarth ("a mulher grande", por quem perguntou um Tormund com uma ânsia adolescente) e Arya Stark.

 

Depois de ter sido uma figurante de luxo no episódio anterior, Brienne protagonizou o maior momento de glória deste, um daqueles que já merecia há duas ou três temporadas, e capaz de deixar alguma luz brilhar num Inverno especialmente sombrio. Já Arya avançou com outra conquista, que mesmo feita nos seus termos deixou muitos fãs de longa data de boca aberta - e mostrou que o sexo continua a chocar, até numas das sequências mais espirituosas e espontâneas do género na história da série (a rapariga cresceu, lidem com isso...).

 

Outra dupla feminina de peso, Daenerys Targaryen e Sansa Stark voltaram a encontrar-se para uma conversa inicialmente mais amena do que a do episódio anterior, mas a deixar claro que a ameaça do Night King e companhia não deverá ser a última a decidir o futuro de Westeros. A discussão acabou interrompida, tal como a que opôs a Mãe dos Dragões a Jon Snow, no final do episódio. Porque a guerra, entretanto, chegou. A polémica sobre a disputa do trono, mais ou menos civilizada, terá de ficar para depois... se houver sobreviventes para continuar a história.