A vida e tudo o mais
O que é que andamos cá a fazer? O que é que nos move? Vale a pena continuar a fazer o que gostamos, ou sequer tentar? Perguntas como esta não são tema habitual de videoclips de artistas pop - alguns preferem encher a vista com cameos de Katy Perry, Miley Cyrus ou outras estrelas do momento -, mas os STARS também não são uma banda pop normal.
"NO ONE IS LOST", faixa título e novo single do sétimo álbum dos canadianos, é, mesmo assim, a canção em que o grupo mais sai do nicho indie que começou a ocupar com "Nightsongs" (2001). Noutros casos, uma aproximação tão descarada à EDM poderia fazer temer o pior, sobretudo vinda de uma banda com discos quase sempre contidos. Felizmente, a cobertura electrónica e a pulsão rítmica mais acentuada dão-se bem com a mistura de melancolia a esperança típica dos Stars, que não sai beliscada apesar do apelo à pista de dança (uma aposta mantida - e ganha - ao longo do último álbum, aliás).
O videoclip dá conta da agitação no palco - e junto do público - que a viragem trouxe, mas antes foca os bastidores em conversas entre os elementos da banda, com confidências sobre aspirações pessoais e musicais. Esse tipo de discussão, em modo espirituoso q.b., já tinha passado pelo videoclip do single anterior, "Trap Door", e vai mais longe numa quase curta metragem ambientada na Cidade do México (retratada sem os lugares comuns do postal turístico). O tom dificilmente poderia ser mais apropriado para uma canção que repete frases agridoces como "Put your hands up 'cause everybody dies":