Cães danados, geração 2024
Embora só agora chegue ao álbum, a história dos FAT DOG já soma quatro anos e começou a ser escrita nos palcos. O quinteto londrino ganhou reputação como uma das novas bandas britânicas mais incendiárias ao vivo depois do confinamento, abriu para gente como Viagra Boys ou Yard Acts e entrou pela porta grande na altura de revelar o primeiro single.
"King of the Slugs", editado no Verão de 2023, foi um petardo de sete minutos que confirmou o grupo como adepto da vertente mais febril do pós-punk, mas que não se ficou por aí. Os singles que se seguiram também se atiraram ao techno e ao industial, ao dance punk e à EBM, num emaranhado de referências que parece abarcar os IDLES e os Prodigy, Presets e The Faint, esboçando ainda o rumo que os Fontaines D.C. poderiam ter trilhado no recente "Romance" caso não se tivessem desviado das pistas de "Starbuster".
"WOOF.", o disco de estreia, chega finalmente esta sexta-feira, 6 de Setembro, através da Domino, e traz os créditos do sempre ocupado James Ford (Arctic Monkeys, Depeche Mode, Wet Leg ou... Fontaines D.C.) na produção, partilhada com o vocalista Joe Love. Contando com apenas nove faixas (e a última tem menos de um minuto de duração), não será um registo muito surpreendente para quem está familiarizado com o grupo, tendo em conta que cinco temas já foram singles.
Por outro lado, quem ainda não esbarrou em canções musculadas e insistentemente frenéticas como "Wither" ou "All the Same" ("I am the King" é a excepção que confirma a regra) encontrará aqui uma das revelações da rentrée. E se esses avanços fazem estragos assinaláveis, "RUNNING" impõe-se como pico desta obra em construção, com potencial para se tornar devastadora em palco - esperemos que haja algum em Portugal nos próximos tempos...