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Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Corações puros, praias anti-crise ou uma Cinderela alternativa

SICILIAN GHOST STORY

 

Mais de 50 filmes em quase 20 cidades, com clássicos e (sobretudo) inéditos, a partir desta quarta-feira e até meados do Verão.

 

A FESTA DO CINEMA ITALIANO arranca a 11ª primeira edição esta noite, no Cinema São Jorge, em Lisboa, e mantém-se na capital até 12 de Abril, com sessões que se estendem à Cinemateca Portuguesa e ao UCI Cinemas - El Cortes Inglés.

 

A abertura fica a cargo de "Sicilian Ghost Story", o novo filme da dupla de Antonio Piazza e Fabio Grassadonia, realizadores do curioso "Salvo" (2013), que também chegou a Portugal através da Festa em 2014 e também já misturava amor e crime - embora o sucessor dê um passo que não se previa no universo fantástico e tem alimentado comparações aos ambientes de "O Labirinto do Fauno", de Guillermo del Toro.

 

Já a sessão de encerramento em Lisboa é "The Place", de Paolo Genovese, nome mais conhecido por cá pelo sucesso inesperado de "Amigos Amigos, Telemóveis à Parte" (2016). Mas além desses dois destaques habituais e dos ícones a relembrar este ano (da retrospectiva de Marco Ferreri a reposições de "Cinema Paraíso", "O Carteiro de Pablo Neruda" e "A Melhor Juventude"), há muitos inéditos menos sonantes ainda que não necessariamente menos interessantes a espreitar. Abaixo ficam cinco sugestões iniciais, com a promessa de ir apresentando mais descobertas por aqui nos próximos dias:

 

Cuori puri

 

"CUORI PURI", de Roberto De Paolis: Um dos filmes mais promissores da secção competitiva é esta primeira obra que acompanha uma adolescente de 17 anos e um rapaz de 25, cuja relação amorosa tem a (o)pressão religiosa da família dela e a marginalidade das origens dele entre os obstáculos. Bem acolhido em Cannes no ano passado, é um exemplo de realismo social que contrasta com a oferta (mais expressiva e até ofuscante) de comédia popular e ligeira da Festa.

 

Gatta Cenerentola

 

"GATTA CENERENTOLA", de Ivan Cappiello, Marino Guarnieri, Alessandro Rak, Dario Sansone: E se "Cinderela" tivesse uma versão negra, futurista e não tão aconselhável para os mais novos? O resultado pode ver-se nesta animação que venceu o Festival Monstra deste ano e tem dado que falar pela combinação de 2D e 3D enquanto se move entre a fantasia, o thriller e a ficção científica. Ancorada num navio do porto de Nápoles, a história parte do casamento de conveniência entre uma jovem rebelde e um traficante de droga com planos pouco abonatórios para a cidade.

 

Hannah

 

"HANNAH", de Andrea Pallaoro: Embora tenha dividido opiniões, este drama sobre o desespero de uma mulher que tenta lidar com a ausência do marido tem na interpretação de Charlotte Rampling um dos seus elementos consensuais. Premiada em Veneza pelo papel protagonista, a actriz britânica conduz um retrato da solidão e da alienação que pode ser tão intrigante como hermético - o que não espanta tendo em conta que o filme anterior do realizador, "Medeas" (2013), com Catalina Sandino Moreno, já tinha sido descrito como atmosférico e opaco.

 

Happy Winter

 

"HAPPY WINTER", de Giovanni Totaro: Um filme vincado pela crise também pode ser soalheiro, como o comprova este documentário encenado que olha com optimismo e humor para os milhares de banhistas que se fixam numa praia de Palermo durante todo o Verão, elegendo-a como residência estival. Além da curiosidade da premissa, o retrato tem sido elogiado pela forma como conjuga as dificuldades e partilha entre uma comunidade improvisada, do contraste de costumes a novos hábitos. É capaz de merecer um mergulho...

 

Set del film "L'Intrusa" di Leonardo di Costanzo..Nella foto Raffaella Giordano..foto di Gianni Fiorito.Questa fotografia è solo per uso editoriale, il  diritto d'autore è della società cinematografica e del fotografo assegnato dalla società di produzione

 

"L’INTRUSA", de Leonardo di Costanzo: Apesar de não faltarem histórias sobre a Camorra no pequeno e grande ecrã, neste drama a perspectiva é a de uma assistente social que trabalha num centro de crianças desfavorecidas de Napóles. Mas como o título do filme indica, esse espaço habitualmente protegido torna-se menos seguro ao acolher a mulher e os filhos de um criminoso local. A experiência de Leonardo di Costanzo no documentário terá ajudado a explicar o efeito realista da sua nova obra, aclamada em festivais como os do Cairo ou de Munique.