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gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Da Austrália ao México, com escala num palco de Sines

Opal Ocean 2018

 

Foram uma das revelações do Festival Músicas do Mundo e tornaram um até então pacato final de tarde à beira-mar, em Sines, num concentrado de desvario e simpatia. Vindos da Austrália, os OPAL OCEAN não precisaram de mais do que duas guitarras acústicas para juntarem e atiçarem uma multidão no sábado passado, com as canções instrumentais do EP de estreia "Terra" (2015) e do álbum "Lost Fables" (2016).

 

Se pelo meio ameaçaram acompanhar um início de noite na linha de uma banda de covers, com uma versão de "We Will Rock You", dos Queen, grande parte do que se ouviu nasceu mais da promiscuidade entre rock e flamenco, combinação que já prometia nos discos mas atinge outros voos ao vivo. Não que seja uma mistura inédita: no concerto, a dupla até agradeceu a outro duo, Rodrigo y Gabriela, a inspiração para o que começou a moldar em 2013, numa cave de Melbourne. E quem viu o projecto do francês Alex Champ e do neo-zelandês Nadav Tabak na Praia Vasco da Gama também terá agradecido por arrasto, ou pelo menos aderiu à descontração destes mestres de cerimónias e à efervescência que teimou em triturar coordenadas, com estilhaços rumba ou metal.

 

Exemplo claro de que menos pode ser mais, as guitarras foram muitas vezes utilizadas como instrumento percussivo e os OPAL OCEAN nem precisaram de nenhum adereço (ou músicos) extra em palco para terem o público na mão - no final, quase todos os espectadores se baixaram, acedendo ao pedido da dupla, para voltarem a ficar de pé quando o ritmo também se impôs. Quem não teve o prazer de os conhecer, tem em "MEXICANA", o novo single, um cartão de visita esclarecedor (e que motivou um dos pontos altos desta estreia em Portugal):

 

 

Foto: FMM