Da zona de conforto à zona de perigo
Uma das grandes canções de 2019 já tem videoclip. "DEADZONE", pico do novo álbum dos LADYTRON, homónimo, é também o novo single do quarteto de Liverpool, sucessor dos promissores mas não tão intensos "The Animals" e "The Island".
Se o título do tema já parecia dever alguma coisa ao universo de David Cronenberg (a remeter para o filme de 1983 traduzido em Portugal como "Zona de Perigo"), o videoclip leva mais longe essa aproximação ao lembrar situações e ambientes de "Crash" (1996). Faz sentido: a canção é uma das mais densas e opressivas do disco, com o quarteto a abordar a pop electrónica como poucos nos últimos anos, e as consequências de um acidente automóvel dão imagens apropriadas aos tormentos a que a letra alude.
Ecos da mitologia dos zombies, de George Romero a "The Walking Dead", também parecem contaminar o vídeo de Bryan M. Ferguson, realizador que já está familiarizado com cenários negros (através de colaborações anteriores com os Ladytron ou os Boy Harsher, por exemplo). "Imaginem estar no meio de um sonho e serem incapazes de gritar ou de se mexer e de, em última instância, não saberem se estão vivos ou mortos. Essa é a zona da morte", explica à FLOOD Magazine a vocalista Helen Marnie, cujos sussuros se conjugam com a dinâmica críptica da canção e apresentam uma banda no seu melhor: