De regresso como cavaleiros das trevas
Parecendo que não, já passaram quase dez anos desde que "Oracular Spectacular" (2008) colocou os MGMT na bolsa de apostas indie. Mais do que o álbum, singles como "Time to Pretend" ou "Kids" catapultaram a dupla de Brooklyn para a linha da frente das novas sensações do momento, mas esse pico nunca voltou a ter resposta à altura nos discos seguintes.
Em vez de optarem pela pop electrónica das canções mais populares da banda, "Congratulations" (2010) e "MGMT" (2013) não colocaram de parte os sintetizadores mas seguiram uma via mais psicadélica, experimental e muitas vezes hermética, numa tentativa deliberada de evitar as pistas mais óbvias.
É também por isso que uma canção como "LITTLE DARK AGE", a primeira de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser em quatro anos, acaba por ser uma relativa surpresa. Mesmo não sendo tão imediata como os primeiros singles dos MGMT, é o mais próximo desses ambientes desde então, e até reforça a carga synthpop com heranças de glórias anos 80 na composição, produção e voz (a lembrar a viragem igualmente sintética do último álbum dos Arcade Fire).
O videoclip nem tenta esconder essa escola, ao vincar o tom gótico com direito a uma vénia a Robert Smith, mesmo que a melancolia adolescente de outros tempos tenha dado lugar à ironia. A pose é mais blasé do que angustiada, mas o resultado deixa alguma expectativa para o quarto álbum do duo, prometido para inícios de 2018: