Desamores de Verão num álbum a aguardar
As relações amorosas marcaram os três primeiros EPs de JULIA-SOPHIE, mas são uma temática longe de esgotada para a cantora, compositora, multi-instrumentista e produtora francesa que tem desenvolvido o percurso artístico em Oxford. Pelo contrário, voltam a ser o mote para "FORGIVE TOO SLOW", o seu primeiro álbum, aguardado para 26 de Junho.
Com pouco ou nada de escapismo ou tranquilidade veraneante, o disco nasce de relatos de auto-destruição, amor e perda expressos em canções que abraçam ambientes rítmicos e texturais relativamente díspares. A ex-vocalista dos Little Fish, que também fez parte dos Candy Says, avança que a sua a estreia a solo num longa-duração vai da new wave à folk, passando pela house ou pela pop mais vanguardista e devedora dos anos 80.
As duas primeiras amostras já trazem alguns desses contrastes, embora também possam ser vistas como sucessoras naturais de belos singles como "i wish", "and you know it" ou "dial your number". "NUMB", entrada directa para a lista de grandes canções do ano, alterna brilhantemente entre o intimismo e a euforia, arrancando em modo sussurrante e atirando-se sem pré-aviso à pista de dança - pense-se numa eventual colaboração entre Billie Eilish e os Orbital. Noutro comprimento de onda, "TELEPHONE" é uma balada elegante e melancólica, mais uma vez de moldura electrónica e aura nocturna.
Os videoclips, de fotografia esbatida e granulada, são protagonizados pela própria autora, ou não fosse este um álbum assumidamente autobiográfico, para o melhor e (sobretudo?) para o pior: