Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

gonn1000

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

Muitos discos, alguns filmes, séries e livros de vez em quando, concertos quando sobra tempo

É o fim do mundo como o conhecemos (mas há bandas que não nos falham)

yeah-yeah-yeahs-2022.jpg

É motivo para celebrar: uma das bandas vitais e mais consistentes do início do milénio está (finalmente) de volta. Nove anos (!) depois de "Mosquito" (2013), o subestimado quarto álbum, os YEAH YEAH YEAHS anunciaram o quinto, embora ainda tenhamos de esperar alguns meses para o ouvir: "Cool It Down" está prometido para 30 de Setembro e entra automaticamente para a lista de lançamentos a fixar na agenda da rentrée.

O primeiro aperitivo, no entanto, já foi revelado esta quarta-feira e mostra os nova-iorquinos muito longe da energia visceral que marcou os seus dias iniciais, dos primeiros EPs e de "Fever to Tell" (2003) - álbum de estreia que os colocou entre os pontas de lança da revitalização do rock através de heranças garage e new wave. "SPITTING OFF THE EDGE OF THE WORLD", colaboração com Perfume Genius, retoma antes a carga electrónica do terceiro álbum, "It's Blitz!" (2009), fase na qual o trio reforçou que, ao contrário de muitos dos seus contemporâneos descendentes do pós-punk, estava pouco interessado em fazer sempre o mesmo disco.

Yeah Yeah Yeahs.jpg

Mesmo não sendo das canções mais efusivas (e menos ainda das mais explosivas) do grupo de Karen O, Nick Zinner e Brian Chase, o novo single, produzido pelo cúmplice habitual Dave Sitek (dos TV On The Radio), desenha um crescendo com sabor a hino, a pedir braços no ar e refrão cantado em uníssono nos concertos. Quem preferir a versão efervescente da banda, talvez tenha sorte em algumas das outras faixas do quinto álbum (desta vez, são apenas oito, no alinhamento mais curto desta discografia).

Motivada pela crise climática e pelo mundo entregue às novas gerações, a canção concilia ansiedade e esperança, estado de espírito traduzido num videoclip com sugestões de distopia e ficção científica, assinado pelo colaborador de longa data Cody Critcheloe (realizador que também é músico, assumindo o pseudónimo SSION). E tal como a música, as imagens vão pedindo revisitações enquanto consolidam a boa impressão inicial deste regresso: